Economia

LCA prevê déficit comercial maior de petróleo em 2013

Maior importação de petróleo e derivados já fez déficit comercial chegar a pior nível em 17 anos, afirmou a Secex


	Refinaria de petróleo: diferença entre refino e consumo do petróleo no Brasil deve ser de 197 mil b/d em 2012, segundo projeções da LCA
 (Getty Images)

Refinaria de petróleo: diferença entre refino e consumo do petróleo no Brasil deve ser de 197 mil b/d em 2012, segundo projeções da LCA (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2013 às 18h22.

Rio de Janeiro - O déficit entre o volume de petróleo refinado e o consumido no Brasil deve aumentar mais 44% neste ano em relação a 2012, segundo projeções da consultoria LCA, divulgada por meio de relatório setorial. Se confirmada a previsão, o impacto do aumento será ainda mais negativo para a balança comercial do Brasil do que foi em 2012.

O déficit comercial provocado pelo aumento da importação de petróleo e derivados atingiu em novembro seu maior nível em 17 anos, segundo a secretaria de Comércio Exterior (Secex). A balança comercial brasileira só fechou 2012 com superávit de US$ 19,438 bilhões, como informou nesta semana o Ministério do Desenvolvimento, porque a Petrobras tem até 50 dias após o embarque para registrar a operação. Caso houvesse o registro, o superávit poderia ser encolhido na casa dos bilhões.

A LCA estima que o consumo aparente de derivados deve fechar 2013 em 2.189 mil barris por dia, 285 mil barris/dia acima do refino de petróleo projetado (1.904 mil b/d). Em 2012, a diferença estimada entre refino e consumo deve ser menor, 197 mil b/d, de acordo com a consultoria.

A LCA também projeta preços menores para a média anual em 2013 do Brent (US$ 110,2, contra US$ 112,0 em 2012) e WTI (US$ 92,1 em 2013, contra US$ 94,2). O relatório diz que as cotações do barril de petróleo têm recuado moderadamente desde agosto, com a demanda enfraquecida em meio a um cenário global de incertezas.


Por outro lado, a LCA ressalta que as sanções econômicas impostas ao Irã, as tensões na Síria e os conflitos entre Palestina e Israel continuam a gerar dúvidas quanto à oferta, o que pressiona a cotação para cima. "Nos próximos meses, o equilíbrio entre o consumo desaquecido e uma oferta incerta deve sustentar os preços em um patamar relativamente constante", disse.

No Brasil, a consultoria aposta em um aumento de 7,5% da gasolina e de 10% do diesel (ambos na bomba) em fevereiro. A LCA lembra que, desde o início de 2011, a Petrobras opera com prejuízo nos preços da gasolina e diesel. "A presidente da Petrobras (Graça Foster) tem falado com frequência sobre a necessidade do aumento dos preços para manter os investimentos da estatal petrolífera e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já confirmou que haverá reajuste em 2013, entretanto não fixou a data nem os valores. Mantivemos nossa projeção".

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisComércio exteriorEnergiaImportaçõesPetróleo

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito