Economia

Lagarde ressalta deterioração "aguda" em mercados emergentes

Como exemplo, afirmou que os mercados emergentes registraram US$ 531 bilhões em saídas de capital líquidas no ano passado


	Christine Lagarde: "As taxas de crescimento estão caindo, os fluxos de capital se reverteram e as perspectivas a médio prazo se deterioraram"
 (REUTERS/Carlos Barria)

Christine Lagarde: "As taxas de crescimento estão caindo, os fluxos de capital se reverteram e as perspectivas a médio prazo se deterioraram" (REUTERS/Carlos Barria)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 13h58.

Washington - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu nesta quinta-feira sobre "a dura e nova realidade" que os mercados emergentes encaram, ao citar como os fluxos de capital se reverteram e registraram saídas de US$ 531 bilhões em 2015.

"As taxas de crescimento estão caindo, os fluxos de capital se reverteram e as perspectivas a médio prazo se deterioraram de maneira aguda", disse Lagarde em uma conferência na Universidade de Maryland, nos arredores de Washington.

Como exemplo, afirmou que os mercados emergentes registraram US$ 531 bilhões em saídas de capital líquidas no ano passado, comparadas com os US$ 48 bilhões em entradas líquidas em 2014.

Ela destacou, no entanto, que o bloco de mercados emergentes é "incrivelmente diverso" e inclui países em recessão como Brasil e Rússia junto a outros como Índia e México que registram "um sólido crescimento".

Lagarde reiterou que a diminuição de crescimento da China como parte de sua mudança de modelo é um fator positivo, embora tenha reconhecido efeitos negativos a curto prazo, destacando que a queda dos preços das matérias-primas está afetando principalmente os mercados emergentes.

Para a diretora do Fundo, as economias avançadas também sofrerão consequências, ao afirmar que cada queda de 1% em PIB dos emergentes traz 0,2 ponto percentual para os desenvolvidos.

"Isto pode não parecer muita coisa, mas de fato seria um golpe significativo para aqueles mercados avançados que estão atualmente lutando com o que chamei de nova mediocridade de baixo crescimento e alto desemprego", disse Lagarde.

As dúvidas sobre a desaceleração da China e a profunda recessão do Brasil empurraram para baixo as previsões globais do FMI, divulgadas em meados de janeiro, que estão em 3,4% para 2016 e 3,6% para 2017, em ambos os casos dois décimos menos que o antecipado em outubro de 2015.

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