Economia

Lagarde e Alckmin discutem crise econômica

Em conversa com jornalistas após a saída de Lagarde, Alckmin disse que ela manifestou preocupação com as incertezas em relação ao crescimento da economia mundial em 2012

O governo húngaro afirma que não precisa do dinheiro agora, mas pode solicitar assistência - do FMI, talvez - no futuro e quer estar preparado com uma linha de crédito preventiva (Marcello Casal Jr/ABr)

O governo húngaro afirma que não precisa do dinheiro agora, mas pode solicitar assistência - do FMI, talvez - no futuro e quer estar preparado com uma linha de crédito preventiva (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 16h58.

São Paulo - Em um encontro de aproximadamente 30 minutos, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conversaram sobre as economias mundial e a brasileira, além do nível de endividamento do Estado de São Paulo. Boa parte da conversa, no entanto, foi dedicada aos benefícios da acupuntura - terapia apresentada a Lagarde pelo embaixador chinês na França para tratamento de uma tendinite crônica na mão direita, segundo relato de um dos presentes.

Em conversa com jornalistas após a saída de Lagarde, Alckmin disse que ela manifestou preocupação com as incertezas em relação ao crescimento da economia mundial em 2012, especialmente com a Europa. De acordo com ele, Lagarde disse ver alguns sinais positivos em relação à zona do euro, apesar de riscos. Ainda segundo Alckmin, Lagarde disse que o Brasil é um dos países menos endividados na proporção do PIB e que tem boas condições de enfrentar a crise. "São Paulo, dentro do Brasil, também tem um endividamento abaixo da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que possibilita importantes investimentos no Estado", disse Alckmin.

Segundo o governador, Lagarde não fez nenhum pedido ao governo e nem São Paulo solicitou algo ao Fundo Monetário Internacional. "Foi um encontro muito positivo", resumiu o governador paulista.

Acupuntura

Alckmin, que é formado em Medicina, é entusiasta da terapia. Foi em uma especialização em acupuntura que o governador paulista dedicou seus anos fora da política logo após a derrota nas eleições presidências de 2006 e para a Prefeitura de São Paulo em 2008. Entusiasta da terapia, ele discorreu sobre os benefícios desse tratamento para doenças, como a de Lagarde, que garantiu, ainda de acordo com o relato dos presentes, ter sido curada após inúmeras tentativas fracassadas com outros tratamentos.


Depois do encontro com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, Lagarde visitou rapidamente a exposição "A tradição do presépio em seus diferentes contextos", com 30 tipos de presépios de 13 países e obras sacras dos séculos XV, XVI e XVII. Lagarde foi presenteada com um presépio artesanal feito na cidade de Itararé (SP) e deixou o Palácio sem falar com os jornalistas.

Participaram da reunião os secretários Sydnei Beraldo (Casa Civil), Andrea Calabi (Fazenda), o vice-governador Guilherme Afif Domingos, o assessor especial para assuntos internacionais do governo de São Paulo, Rodrigo Tavares, e outros membros de segundo escalão do governo e integrantes da comitiva de Lagarde.

Acompanhe tudo sobre:Christine LagardeEconomistasFMIGeraldo AlckminGovernadoresPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo