Christine Lagarde no FMI (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h22.
Washington - A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, advertiu neste domingo que uma moratória nos Estados Unidos pela incapacidade de chegar a um acordo sobre a dívida traria "graves sequências reais" no mundo todo.
Em entrevista no programa "This Week" da rede "ABC", Lagarde afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está "preocupado" e confia em que o Governo de Barack Obama e a oposição republicana no Congresso alcancem acordo para elevar o teto da dívida antes da data limite de 2 de agosto.
Se não for alcançado, e entrar em moratória pela primeira vez em sua história, a maior economia do mundo sofreria "impacto enorme", provocando a alta das taxas de juros e representaria "um golpe tremendo às bolsas no mundo todo, porque os Estados Unidos são um país muito importante para o restante do mundo".
O anúncio do líder republicano na Câmara baixa, John Boehner, que se retirava das negociações sobre a dívida deixou no sábado à noite no ar a reunião prevista para este domingo por Obama, uma última tentativa na corrida contra-relógio por conseguir um acordo que eleve o limite da dívida além do autorizado, de US$ 14,3 trilhões.
A ex-ministra de Finanças francesa, que tomou posse na terça-feira, considerou que o problema do desemprego que também espreita aos Estados Unidos "não é só desse país", mas "do mundo inteiro, e foi exacerbado como resultado da crise".
Quanto às "feridas" deixadas no FMI pela detenção e julgamento do ex-diretor-gerente Dominique Strauss-Khan, Lagarde reconheceu que notou entre os empregados "uma mistura estranha de frustração, irritação, e em algumas ocasiões de ira, e em outras uma tristeza muito profunda".