Novo presidente do Banco Central do Japão: Kuroda recusou-se a comentar se convocará uma reunião de emergência para discutir um afrouxamento da política monetária (Toru Hanai/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 11h20.
Tóquio - O Banco do Japão, banco central do país, está pronto para adotar todas as medidas disponíveis para atingir a meta de 2 por cento de inflação, afirmou nesta terça-feira o novo presidente do BC, Haruhiko Kuroda, destacando sua determinação em fazer o que for preciso para atingir a meta em cerca de dois anos.
Kuroda recusou-se a comentar se convocará uma reunião de emergência para discutir um afrouxamento da política monetária antes da revisão regular dos juros marcada para 3 e 4 de abril.
"O BC fez reuniões emergenciais no passado, portanto isso não é impossível, mas eu não devo comentar se haverá uma reunião de emergência", disse Kuroda em sua coletiva de imprensa inaugural como presidente.
Os mercados têm especulado que Kuroda poderia convocar uma reunião de emergência depois que ele disse que agiria rapidamente na tentativa de atingir a meta de inflação do BC de 2 por cento.
Kuroda afirmou que o banco central está aberto a várias opções em relação a um afrouxamento da política monetária, incluindo compras ilimitadas de ativos mais cedo do que o previsto, embora tenha acrescentado que gostaria de discutir cuidadosamente essas opções com os nove membros do conselho.
Ele afirmou que apenas ampliar o portfólio do BC não é suficiente para alcançar a meta de preços, afirmando que o tipo de ativo a ser comprado é igualmente importante.
"Quantitative easing (compra de ativos) sozinho pode ter alguns efeitos sobre os movimentos dos preços de ativos...Mas é importante tentar e pressionar para baixo os yields ao longo da curva com compras de ativos financeiros de prazo mais longo", disse ele.
Kuroda e seus dois vices, o ex-acadêmico Kikuo Iwata e o funcionário de carreira do BC Hiroshi Nakaso, assumiram seus cargos na quarta-feira.
As expectativas de que Kuroda, um defensor do afrouxamento monetário agressivo, irá fazer o BC tomar ações mais ousadas para combater a deflação, levou o índice acionário Nikkei para o maior nível em quatro anos e meio e os yields dos títulos de dez anos do país para a mínima em quase uma década nesta quinta-feira.