Economia

Kroma busca parceiros para até 150 MW em usinas solares em PE

Empresa busca novos negócios no mercado livre de eletricidade para ampliar projeto no estado

Usinas solares: projeto da companhia vai exigir investimentos de R$ 500 milhões (Enel/Divulgação)

Usinas solares: projeto da companhia vai exigir investimentos de R$ 500 milhões (Enel/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2018 às 18h16.

Última atualização em 30 de abril de 2018 às 13h36.

A desenvolvedora de projetos de geração e comercializadora de energia Kroma está em busca de parceiros para um conjunto de usinas solares em Pernambuco que deverá somar até 150 megawatts em capacidade e exigir investimentos de meio bilhão de reais, disse à Reuters o presidente da companhia.

A empresa quer aproveitar o crescente interesse de investidores internacionais pelo aquecido mercado de energia solar no Brasil --o país caminha para mais que dobrar sua capacidade em usinas da fonte neste ano, para 2 gigawatts instalados.

Os projetos da Kroma já asseguraram a venda de cerca de 90 MW da produção futura das usinas de Pernambuco em um leilão realizado pelo governo brasileiro em abril. Os contratos de fornecimento, assinados junto a distribuidoras de energia, começam a partir de 2022.

Mas a empresa está em busca de novos negócios, no chamado mercado livre de eletricidade, para ampliar a capacidade do empreendimento pernambucano em no mínimo 30 MW, disse à Reuters o presidente da companhia, Rodrigo Mello.

"Estamos conversando com investidores... e estamos compondo um 'mix' de contratos... No leilão, ganhamos com três projetos, mais ou menos 90 megawatts, e estamos querendo ampliar para em torno de 120 megawatts, 150 megawatts", afirmou.

O investimento estimado nos empreendimentos é de 1 milhão de dólares por megawatt, o que deve representar um aporte total de mais de 500 milhões de reais, segundo o executivo.

A Kroma pretende manter uma fatia minoritária nos ativos.

O modelo de negócio adotado pela empresa para as usinas já foi praticado com sucesso antes --a Kroma vendeu aos noruegueses da Scatec Solar no ano passado uma fatia majoritária em centrais solares a serem construídas no Ceará que somarão 120 megawatts. Na ocasião, o valor do negócio não foi revelado.

"Somos uma comercializadora com foco também em desenvolvimento de projetos de geração... na hora do investimento e da execução, procuramos outros 'players' para comporem conosco", afirmou Pedroso.

O início das obras das usinas é previsto para 2019 e a expectativa da Kroma é antecipar a operação para janeiro de 2021, o que permitiria um ganho adicional com a venda de energia no mercado livre antes do início do contrato de entrega às distribuidoras, em 2022.

Leilão da Cemig

Uma das estratégias da Kroma para viabilizar a expansão do projeto é a busca por contratos no mercado livre de eletricidade, onde grandes indústrias podem negociar contratos com geradores e comercializadoras.

Nesse sentido, a empresa pretende aproveitar um movimento da elétrica mineira Cemig, que irá realizar em 16 de maio um leilão para comprar a produção futura de usinas solares em contratos de 20 anos, com início do fornecimento em 2022. Os preços de compra serão divulgados no dia da licitação.

"Vamos ver o que vem aí em termos de preço, mas estamos trabalhando (para participar), sim", afirmou Pedroso, que destacou que a solidez da Cemig, uma das maiores elétricas do Brasil, pode ser importante para viabilizar a eventual expansão de suas usinas.

Ele disse ainda que a Kroma trabalha atualmente no desenvolvimento de projetos para serem inscritos nos próximos leilões do governo abertos à participação de usinas solares.

Até o ano que vem a empresa deverá ter cerca de 1 gigawatt em projetos aptos a serem inscritos nas licitações.

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