Loja de lingerie, um dos itens que estão sendo leiloados no Kansas (Guy Calaf/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de setembro de 2014 às 07h12.
São Paulo - Sexo e orçamento público: duas coisas que raramente aparecem na mesma frase estão causando uma grande polêmica no estado americano do Kansas.
Tudo começou em julho, quando a receita confiscou milhares de itens eróticos vendidos em cinco sex shops de propriedade da empresa United Outlets LLC, que deve mais de US$ 163 mil ao estado em impostos atrasados e outras obrigações, de acordo com um jornal local.
Agora, estes brinquedinhos estão sendo leiloados até a próxima terça-feira. A lista vai de lingerie a algemas, passando por DVDs, livros e jogos, todos novos e na embalagem original.
O estado não pode se dar ao luxo de abrir mão do dinheiro obtido com este leilão, já que tem um rombo previsto no orçamento de US$ 238 milhões até 2016.
O líder do Partido Democrata no Senado do Kansas, Anthony Hensley, atacou o governador republicano do estado pela atitude:
“Sam Brownback está tão desesperado para preencher o enorme buraco no orçamento do estado causado pelos seus irresponsáveis cortes de impostos que o estado do Kansas entrou agora no negócio pornô."
A receita disse que o leilão não está sendo feito diretamente pela administração. O inventário foi retornado para o dono com a condição de que ele o usasse para levantar os recursos para quitar seus impostos.
A porta-voz do governador disse que ele não concorda com o tipo de negócio feito pelo sex shop, mas que essas operações são comuns em outros setores: "O estado não pode legalmente destruir a propriedade. Retorná-la ao dono seria recompensar um negócio que violou a lei de impostos do estado. Este é o mesmo processo feito pelas administrações anteriores."