EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
Rio de Janeiro - A Prefeitura do Rio conseguiu que a justiça determinasse a volta imediata dos garis ao trabalho. A greve de garis e funcionários administrativos da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), iniciada à zero hora de hoje (14), fez a cidade amanhecer ainda mais suja. Por considerar que a paralisação "atinge atividade essencial", a desembargadora Glória Regina Ferreira de Mello, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, decidiu que sejam assegurados os serviços de limpeza e marcou para hoje uma audiência de conciliação.
O presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro, Luciano David de Araújo, disse que até às 14 horas a entidade não recebeu a notificação da decisão judicial. Segundo o sindicato, dos 16 mil garis cariocas, 80% não estão trabalhando.
Na assembleia de domingo (13), os trabalhadores decidiram pela paralisação por tempo indeterminado. Mas a justiça exigiu o restabelecimento imediato do serviço, com presença mínima de 60% dos trabalhadores, sob pena de multa diária de 50 mil reais para o sindicato.
Araújo confirmou que a coleta de lixo e a varredura de ruas estão suspensas, mas o serviço de limpeza de feiras livres, escolas e hospitais permanece. "A reivindicação dos garis é simples, queremos só o piso estadual de R$ 581,88 e [a prefeitura] está nos oferecendo R$ 534,67. Uma diferença de R$ 47,21 fazendo todo esse impasse", explicou Araújo. Ele também mencionou como reivindicação o reajuste do auxílio-alimentação, que passaria de R$ 7,93 para R$ 12 ao dia.
A direção do Sindicato afirma que, desde o começo da greve até o momento, não foi procurada para novas negociações e que esta tarde fará uma reunião para decidir os rumos do movimento.
A Comlurb informou, por meio de nota, que apresentou uma proposta de reajuste com valor maior do que o dobro da inflação, tanto para salários quanto para o vale-refeição. E lembra que no ano passado, a categoria recebeu um aumento de 15%, superior à inflação e mais do que o dobro do reajuste de 7% concedido à época para os demais servidores do município. "A Comlurb espera todos os seus funcionários trabalhando normalmente ainda nesta segunda-feira, caso contrário, poderão ser punidos até com demissões", ameaça a empresa na nota. E ressalta que acionou a Procuradoria Geral do Município para tomar as medidas judiciais cabíveis e também afirma ter pedido apoio à Polícia Militar para garantir a saída dos caminhões de coleta domiciliar das gerências para que todos os funcionários possam trabalhar normalmente.