A redução da meta de superávit primário para o mandato de Dilma Rousseff gera uma postura defensiva entre os agentes econômicos (TimArbaev/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2015 às 10h47.
São Paulo - As taxas do mercado de juros futuros abriram em alta e se mantêm para cima nesta manhã de digestão das novas ambições fiscais da equipe econômica.
A redução da meta de superávit primário para o mandato de Dilma Rousseff, com a possibilidade de o governo realizar um déficit, gera uma postura defensiva entre os agentes econômicos em meio ao cenário turvo que o Brasil vive.
Os analistas e investidores imprimem a alta nas taxas de juros no mercado futuro sugerindo que o trabalho que não vai ser feito pela política fiscal terá de ser realizado pela política monetária - como foi observado, por outros motivos, no mandato presidencial anterior.
Às 9h25, as taxas longas e curtas subiam. O DI para janeiro de 2021 vai à máxima de 12,82%, de 12,47% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 a 14,03%, na mínima, de 13,98% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 a 13,49%, na máxima, de 13,33% no ajuste anterior.
Muitos economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, entre ontem e hoje elogiaram a mudança na meta de superávit primário.
Hoje, em boletim a clientes, a equipe do banco Bradesco, dirigida por Octavio de Barros, enalteceu a mudança em razão de seu "realismo e transparência".
Assim como a questão fiscal, a confirmação do aumento do desemprego mas com aumento do rendimento médio real dos trabalhadores deve captar a atenção dos analistas.
Às 9h, o IBGE divulgou que a taxa em junho ficou em 6,9% (exatamente a mediana calculada pelo AE Projeções) sendo que o rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou alta de 0,8% em junho ante maio.
É interessante observar que, na comparação com junho de 2014, houve recuo de 2,9%.