Bovespa: o DI para janeiro de 2015 (189.800 contratos) apontava 11,08%, de 11,07% no ajuste anterior (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 17h11.
São Paulo - Os juros futuros terminaram em alta hoje, impulsionados pelo IGP-10 acima do esperado em abril, pelas revisões para cima na inflação dentro da pesquisa Focus e pelos dados positivos nos EUA.
Os ganhos foram maiores na ponta longa da curva, apesar da queda do dólar ante o real, enquanto as curtas se mantiveram próximas dos níveis de sexta-feira, com os investidores à espera de mais dados de inflação nesta semana.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para julho de 2014 (19.350 contratos) marcava 10,870%, de 10,865% no ajuste de sexta-feira.
O DI para janeiro de 2015 (189.800 contratos) apontava 11,08%, de 11,07% no ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (194.295 contratos) registrava 12,47%, de 12,38%. E O DI para janeiro de 2021 (27.170 contratos) tinha taxa de 12,76%, ante 12,65%.
A inflação de abril medida pelo IGP-10 atingiu 1,19%, após alta de 1,29% em março, segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado ficou dentro das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma taxa de 0,84% a 1,38%, mas acima da mediana, de 1,10%. Além disso, trata-se da maior taxa para o mês de abril desde 2004 (+1,20%).
Mais cedo, a pesquisa Focus, do Banco Central, havia mostrado revisões para cima nas projeções do mercado para a inflação. A expectativa para o IPCA de 2014 passou de 6,35% para 6,47%, enquanto para 2015 houve alta de 5,84% para 6,00%.
Além disso, nos EUA foram divulgados dados positivos, que elevam a chance do Federal Reserve reduzir seus estímulos, o que aumenta os juros dos Treasuries.
As vendas no varejo norte-americano subiram 1,1% em março ante fevereiro, acima das estimativas, de 0,8%, e o maior ganho mensal desde setembro de 2012. No horário acima o yield da T-note de 10 anos subia para 2,640%, de 2,621% no fim da tarde de sexta-feira.
O diretor de assuntos internacionais e regulação do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, disse hoje em evento nos EUA que a alta dos preços tem se mostrado resistente e que o país passa por um choque nos preços dos alimentos.
Mas ele lembrou que os efeitos da política monetária são cumulativos e têm defasagem.