Bolsa de Nova York: expectativa é que a taxa seja mantida no patamar atual, que varia de 2% a 2,25% ao ano (Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 06h35.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 07h21.
O Federal Reserve, banco central americano, anuncia hoje sua decisão sobre os juros, e a expectativa é que a taxa seja mantida no patamar atual, que varia de 2% a 2,25% ao ano. Ao menos até agora, os analistas não revisaram suas previsões para os juros – mas é possível que isso aconteça nos próximos meses, como consequência do resultado das eleições legislativas nos Estados Unidos, no último dia 6.
Na votação, os democratas retomaram o controle da Câmara dos Deputados, enquanto os republicanos consolidaram a maioria que tinham no Senado. Com o novo equilíbrio de forças, é esperado que o presidente Donald Trump tenha mais dificuldade para aprovar projetos – entre eles, os de estímulo fiscal. Menos estímulo significa menor pressão sobre a inflação.
Até as eleições, os analistas apontavam para o risco de a inflação americana subir demais, o que demandaria uma atuação mais dura do Fed. A economia dos Estados Unidos está crescendo, o desemprego é baixíssimo e os salários têm subido (o que pode também ser consequência de restrições à imigração, que reduzem a mão de obra disponível). Soma-se a isso o viés protecionista do governo Trump, que tende a contribuir para elevar os preços internos.
Por tudo isso, havia o temor de que o Fed aumentaria os juros num ritmo maior que o esperado – péssima notícia para os países emergentes. Quando os juros sobem nos Estados Unidos, os investidores tendem a investir mais por lá. Ou seja, sobram menos recursos para outros mercados.
“A eleição neutralizou essa percepção, e a maioria dos analistas voltou a considerar uma alta gradual dos juros como o cenário mais provável”, diz Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da empresa de pesquisas Eleven Financial Research.
A previsão média dos analistas é que haja uma alta de juros de 0,25 ponto percentual ainda neste ano nos Estados Unidos, na reunião do Fed de dezembro. Para 2019, a expectativa atual é que haja mais dois ou três aumentos – a depender de como ficam as expectativas de inflação e crescimento econômico.