Economia

Juros futuros disparam com Moody's e fala de Tombini

O mercado começou em alta, dando continuidade à repercussão negativa da decisão da Moody's de colocar em revisão o rating brasileiro para futuro rebaixamento


	Tombini: foi o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quem acabou por fazer as taxas renovarem sucessivas máximas, no período da tarde
 (Joedson Alves/Reuters)

Tombini: foi o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quem acabou por fazer as taxas renovarem sucessivas máximas, no período da tarde (Joedson Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 16h58.

São Paulo - As taxas de juros negociadas no mercado futuro dispararam nesta quinta-feira, 10, movidas pela combinação explosiva de Moody's e Alexandre Tombini.

O volume de negócios ficou bem acima da média dos últimos dias, num sinal claro de que investidores vendidos em taxa de juros tiveram de zerar posições para interromper as perdas.

O mercado já iniciou o dia em alta, dando continuidade à repercussão negativa da decisão da Moody's de colocar em revisão o rating brasileiro para futuro rebaixamento.

Mas foi o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quem acabou por fazer as taxas renovarem sucessivas máximas, no período da tarde.

Em almoço de fim de ano na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente do BC disse que a autoridade monetária "não limitará as suas decisões pelos possíveis impactos fiscais de suas decisões".

Tombini reforçou que o BC tem conduzido sua política monetária de forma autônoma e continuará a fazê-lo para trazer a inflação de volta à meta em 2016.

Tombini afirmou ainda que o modelo institucional brasileiro prevê plena separação entre as funções vinculadas às políticas monetária e fiscal, além de garantir os instrumentos para que a autoridade monetária possa cumprir com independência sua missão.

"Nesse sentido, desequilíbrios fiscais devem ser, e estão sendo, corrigidos por medidas fiscais", disse ele.

A fala de Tombini do BC não chegou a trazer novidade em relação ao que já vinha sendo sinalizado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e no discurso do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon.

Mas as palavras, vindas do presidente do Banco Central, tiveram peso muito mais forte nos negócios.

A partir da sinalização de que o BC não hesitará em elevar os juros para conter a inflação, em meio a um ambiente de provável rebaixamento de rating, as taxas futuras subiram em toda a curva de juros.

Com isso, o mercado, que já precificava um aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic (hoje em 14,25% ao ano), já mostra apostas em um aumento de 0,75 ponto na reunião do Copom de janeiro.

Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2016 encerrou o horário regular de negócios com taxa de 15,19%, na máxima, contra 15,09% do ajuste de ontem.

O vencimento de janeiro de 2017, o mais negociado, terminou com taxa de 15,98%, também na máxima, ante 15,71% do ajuste anterior.

Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 15,88%, de 15,68%.

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