Joaquim Levy: o ministro ponderou que o governo quer liberar "o mais rápido possível" os recursos para o Plano Safra 2015/2016 e do Pré-custeio (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2015 às 14h48.
Rio Verde - Em momento de ajustes na economia e com o discurso da "realidade fiscal", o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira, 13, que "obviamente" os juros agrícolas serão reajustados.
"Os juros vão ter aquele realinhamento natural diante da situação que a gente está vivendo", afirmou. O ministro e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, visitam a Tecnoshow Comigo, feira de agronegócios em Rio Verde, no interior de Goiás.
O ministro ponderou que o governo quer liberar "o mais rápido possível" os recursos para o Plano Safra 2015/2016 e do Pré-custeio, que garante aos produtores a compra de insumos.
Ele ressaltou que o ajuste fiscal está sendo feito para que as ações do governo fiquem claras e transparentes para facilitar as decisões das pessoas.
A ministra Kátia Abreu explicou que os juros mais baixos nos últimos anos fizeram com que os produtores rurais se capitalizassem. "Estamos em outra condição fiscal", afirmou. Ela indicou que os juros agrícolas vão acompanhar as taxas de mercado.
"Se houver aumentos nas condições do juro no mercado nacional, o juro da agricultura também deverá alterar", disse. "Mas volume de recursos não irá faltar", completou.
Ela informou ainda que as novas taxas não serão incompatíveis com o setor, com as atividades e com a inflação.
"Em quanto os juros vão aumentar, será anunciado nas próximas horas pela presidente, junto com o pré-custeio", disse, antes de garantir que o anúncio será feito nesta semana, mas não necessariamente hoje.
Levy afirmou também que a agroindústria é o setor menos afetado pelas medidas de ajuste fiscal, tomadas desde o fim do ano passado.
"Estamos vivendo um momento diferente, em que o câmbio ajuda no preço de algumas coisas", afirmou.
Para ele, o agronegócio é um dos setores que vão continuar puxando o crescimento econômico do País.
Segundo Levy, a queda no preço das commodities, no caso da agricultura, é mais estável. "É um momento favorável para a agricultura brasileira", afirmou.
Ele defendeu o ajuste fiscal, ao dizer que as medidas anticíclicas tomadas para conter a crise estão esgotadas.
"Ano passado foi um ano de crescimento fraco, a gente precisa dar uma virada", afirmou.
Classe média rural
Na tentativa de dinamizar a economia no agronegócio, o governo vai ampliar o crédito para a classe média.
Os ministros anunciaram que o governo pretende aumentar entre 20% e 25% os recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). No ano passado, o volume liberado chegou a R$ 16 bilhões.
Levy defendeu que o incentivo à classe média pode alavancar uma série de atividades.
De acordo com a ministra da agricultura, a classe média rural encolheu nos últimos anos, ao contrário da classe média urbana.
Seguro rural
Kátia Abreu afirmou ainda que o governo vai apresentar uma Medida Provisória ao Congresso que garante R$ 300 milhões ao seguro rural.
Segundo ela, o valor não tinha sido empenhado no fim do ano passado.
"A presidente garantiu que eu usasse R$ 300 milhões do orçamento, será via medida provisória e nós pagaremos todo o seguro agrícola", disse.
De acordo com a ministra, o Ministério da Fazenda está articulando a elaboração do texto com a Casa Civil, mas não disse o prazo para apresentação da MP ao Congresso.