Tombini ressaltou a resistência da inflação, mas afirmou que aguardará a inflação de março e os próximos indicadores econômicos para adotar o próximo passo em relação à política monetária (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 17h12.
São Paulo - Apesar de o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ter tentado reafirmar a autonomia da autoridade monetária, dizendo que ajustará sua política se e quando achar necessário, os investidores em juros seguem apostando que um movimento de elevação da Selic só ocorrerá em maio.
Mesmo porque a produção industrial brasileira decepcionou em fevereiro, o que pode suscitar, dentro do governo, mais cautela ainda com a condução das políticas econômica e monetária. Nesse ambiente, as taxas futuras de juros operam majoritariamente em baixa.
Vale ponderar que Tombini, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ressaltou a resistência da inflação, mas afirmou que aguardará a inflação de março e os próximos indicadores econômicos para adotar o próximo passo em relação à política monetária.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 marcava máxima de 7,17%, igual ao ajuste anterior.
O DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,75%, de 7,78% na segunda-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 marcava 8,44%, de 8,49% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 apontava 9,29%, ante 9,37% no ajuste, e o DI para janeiro de 2021 estava em 9,92%, de 10,00% na véspera.
"As taxas reagem basicamente à produção industrial. Ao longo do discurso de hoje, Tombini não trouxe novidades. A política monetária, de fato, já mudou um pouco, mas ainda não há muita clareza", afirmou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "O BC ainda precisa sancionar a mudança da política monetária em curso."
Tombini reafirmou que o BC já fez ajustes, entendendo que a comunicação é parte integrante da política em si e, fica claro assim, que a estratégia da autoridade monetária mudou. "O que temos dito é que vamos acompanhar o cenário macroeconômico para então tomarmos nossa decisão nas reuniões de política monetária", completou.
Nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial do segundo mês de 2013 caiu 2,5% - a maior queda desde dezembro de 2008 (-12,2%) -, puxada pelo setor de veículos automotores (-9,1%), e praticamente anulou o avanço registrado em janeiro, de 2,6%, segundo números revisados. Ante fevereiro de 2012, a produção industrial recuou 3,2%.