Economia

Juro zero no Fies é "engodo", diz fundador do Ser Educacional

No modelo antigo do Fies, o juro cobrado dos alunos era fixo, em taxa que recorrentemente ficou abaixo da inflação, ou seja, o juro real era negativo

Educação: "O Fies está sendo tratado como um programa exclusivamente financeiro e fiscal em vez de um programa social" (Photo_Russia/Thinkstock)

Educação: "O Fies está sendo tratado como um programa exclusivamente financeiro e fiscal em vez de um programa social" (Photo_Russia/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 18h08.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 10h34.

O fundador do grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz, criticou nesta quarta-feira, 31, o novo modelo do programa de financiamento estudantil, o Fies. Durante evento realizado pelo Credit Suisse em São Paulo, o empresário disse achar "um engodo" a fórmula adotada no novo Fies que prega "juro zero", mas prevê que a mensalidade será corrigida com a inflação.

"O Fies está sendo tratado como um programa exclusivamente financeiro e fiscal em vez de um programa social", disse. "O Fies 1 não cobra juros, mas cobra correção monetária, o que eu acho um engodo", acrescentou.

No modelo antigo do Fies, o juro cobrado dos alunos era fixo, em taxa que recorrentemente ficou abaixo da inflação, ou seja, o juro real era negativo. O novo Fies, que entra em vigor este ano, traz 100 mil vagas na modalidade Fies 1, que tem um modelo mais próximo do programa anterior.

Nas modalidades Fies 2 e Fies 3, está prevista a participação de instituições financeiras privadas. Diniz avaliou, no entanto, que o financiamento "exclusivamente bancário" funciona como qualquer outro empréstimo.

Embora tenha feito críticas às mudanças no Fies, Diniz fez elogios ao ministro da Educação, Mendonça Filho. Ele disse que o ministro é "trabalhador" e parabenizou sobretudo iniciativas recentes no campo regulatório, como a flexibilização de regras para abertura de novas vagas e lançamento de polos de ensino a distância.

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