Economia

Juro médio no crédito livre cai a 43,3% em setembro, diz BC; cheque especial sobe a 134,4%

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa mostrou elevação entre agosto e setembro, de 131,6% ao ano para 134,4% ao ano

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 7 de novembro de 2023 às 10h48.

Em meio ao processo de queda da Selic, a taxa média de juros no crédito livre mostrou leve redução em setembro ante agosto. O porcentual passou de 43,5% para 43,3% ao ano, informou nesta terça-feira, 7, o Banco Central. No nono mês de 2022, a taxa, por sua vez, era mais baixa, de 40,5%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre cedeu, de 57,8% para 57,3% ao ano de agosto para setembro.

No segmento de pessoas jurídicas, a taxa variou de 22,5% para 22 9% entre os dois meses.

Cheque especial

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa mostrou elevação entre agosto e setembro, de 131,6% ao ano para 134,4% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,2% para 41,8% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial.

A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos

Os dados divulgados nesta terça pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 26,2% ao ano em agosto para 26% em setembro.

Juros no crédito total

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 30,7% ao ano em agosto para 30,5% ao ano em setembro. No nono mês de 2022, estava em 29,0%.

ICC

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,1 ponto porcentual em setembro ante agosto, aos 22,4% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.

Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Spread

O spread em operações de crédito apresentou redução em setembro. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 32,3 pontos porcentuais em agosto para 32,0 pontos porcentuais em setembro, informou o Banco Central.

No segmento pessoa física, o spread passou de 46,5 para 45,8 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio subiu de 11,5 para 11,8 pontos porcentuais na passagem de agosto para setembro.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

O spread médio do crédito direcionado, se manteve em 4,8 pontos porcentuais na passagem de agosto para setembro.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 21,4 para 21,2 pontos porcentuais entre os dois meses.

Inadimplência

De acordo com o BC, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos se manteve em 4,9% de agosto para setembro.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 6,1% para 6,0% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 3,3% para 3,4% no período.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 1,6% para 1,5% em setembro ante agosto.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência recuou de 3,6% para 3,5% em setembro.

Endividamento das famílias

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de agosto em 48,0%, maior do que em julho (47,8%). O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,4% no oitavo mês de 2023, contra 30,2% em julho.

Agosto foi o segundo mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola.

Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional.

Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi removido do cadastro de inadimplentes automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640), começou em outubro e tem garantia do Tesouro.

Segundo os dados do BC para o mês de agosto, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o mês em 27,5%. Em julho, o porcentual era de 27,6%.

O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda se manteve em 25,5% no oitavo mês do ano, mesmo patamar de julho.

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