Talão de cheques (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2016 às 19h38.
Brasília - O juro do cheque especial atingiu em março a marca de 300,8% ao ano, a maior taxa média cobrada pelo setor financeiro ao cliente desde que o Banco Central começou a coletar os dados, em julho de 1994, ano de início do Plano Real.
Em fevereiro, a taxa já havia batido a marca de 293,9%, o maior porcentual da série, mas equivalente à primeira taxa apurada pela instituição. A taxa de juros do cheque especial só é superada no mercado pelos juros cobrados pelo rotativo do cartão de crédito.
O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 2,3 pontos porcentuais de fevereiro para março, conforme o Banco Central. Com a alta na margem, a taxa passou de 107,9% ao ano em fevereiro para 110,2 % ao ano no mês passado.
O juro do rotativo atingiu a marca de 449,1% ao ano em março ante 443,9% de fevereiro, uma elevação de 5,2 pontos porcentuais na margem.
Manteve-se, portanto, como a mais alta da série histórica iniciada em março de 2011. Merece destaque a forte correção promovida pelo BC no indicador de fevereiro. Na divulgação passada, a taxa daquele mês era de 447,5%.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro caiu 0,6 ponto de fevereiro para março, passando de 146,1% ao ano para 145,5% ao ano.
A taxa média de juros no crédito livre subiu de 50,6% ao ano em fevereiro para 50,9% ao ano em março. Em março de 2015, essa taxa estava em 40,9% ao ano.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 67,9% ao ano para 69,2% ao ano, de fevereiro para março, enquanto a para pessoa jurídica, por outro lado caiu de 31,9% ao ano para 31,0% ao ano no mesmo período.
Para o crédito pessoal, a taxa aumentou de 52,0% ao ano para 53,0% ao ano. Para veículos, os juros caíram de 27,6% ao ano para 27,0% ao ano de fevereiro para março.
Em março de 2015 estava em 24,7%. A queda no mês foi de 0,6 ponto porcentual (pp). Em 12 meses, a taxa apresenta alta de 2,3 pp e, no trimestre, de 1,0 pp.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, acelerou de 31,8% ao ano em fevereiro para 32,0% ao ano em março. No terceiro mês de 2015 estava em 25,9%.
A média diária de concessões de crédito livre caiu 5,1% em março em relação a fevereiro, para R$ 11,9bilhões.
No crédito direcionado, a média avançou 19,5% na comparação mensal. Esse montante do crédito direcionado somou R$ 1,3 bilhão no mês passado. Em março de 2015 era de R$ 1,7 bilhão. Já no acumulado de 12 meses, houve queda de 1,7% e, no trimestre, de 7,5%.
Quando se junta o crédito livre mais o direcionado, a redução é de 3,1% em março ante fevereiro, num total de R$ 13,2 bilhões. A média diária em março de 2015 era de R$ 14,8 bilhões.
A taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 5,6% em março ante 5,5% do mês anterior, segundo o Banco Central. Em março de 2015, a taxa estava em 4,4%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência se manteve em 6,2% na comparação mensal. Para as empresas, subiu de 4,8% para 4,9% de um mês para o outro.
A inadimplência do crédito direcionado continuou em 1,5% de fevereiro para março. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 3,5% em março, a mesma variação vista em fevereiro. Um ano antes, a taxa estava em 2,8%.
No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal passou de 4,4% em fevereiro para 4,3% em março. Em março de 2015 estava em 3,7%.
No cheque especial, o volume de calotes voltou a recuar, apesar de os juros dessa modalidade terem atingido a maior marca desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Estava em 16,1% em fevereiro e passou para 15,3% em março.
No caso de aquisição de veículos, o volume de calote subiu de 4,4% em fevereiro para 4,8% em março. No encerramento de 2015, estava em 4,2%. Já no cartão de crédito, avançou de 8,0% para 8,1% de fevereiro para março.
O spread bancário médio no crédito livre subiu de 35,8 pontos porcentuais em fevereiro para 37,3 pp em março. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 52,6 pp para 55,0 pp de fevereiro para março. Para pessoa jurídica, o spread médio avançou de 17,7 pp para 18,0 pp no período.
O spread médio do crédito direcionado passou de 3,9 pp de fevereiro para 4,1 pp em março. Já o spread médio no crédito total (livre + direcionado) aumentou de 20,8 pp para 21,6 pp.
O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre caiu de 14,8% ao ano em fevereiro para 13,6% no mês passado. Em março de 2015, estava 12,7%.