O fundador do WikiLeaks criticou o fato de a justiça americana continuar se apoiando na lei de espionagem de 1917 (Leon Neal/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2011 às 22h52.
Washington - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, lamentou esta quarta-feira que "a maior batalha" que teve que travar pela liberdade de expressão tenha sido nos Estados Unidos, país que a defende na Primeira Emenda de sua Constituição.
Assange participou de coletiva por telefone com a imprensa sobre o jovem militar Bradley Manning, acusado pelos Estados Unidos de ter fornecido ao WikiLeaks dezenas de milhares de documentos confidenciais americanos.
"Há mais de quatro anos e meio, decidimos importar a Primeira Emenda ao mundo", lembrou o fundador do site da internet.
"Nos primeiros meses, em 2007, fomos proibidos na China, antes do fim do ano, tínhamos sido proibidos no Irã", contou.
"Mas nos demos conta de que nossa maior batalha foi no início de 2010, quando tentamos levar a Primeira Emenda aos Estados Unidos", acrescentou.
Ele afirmou que a divulgação, em 2010, de dezenas de milhares de documentos secretos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e de milhares de telegramas diplomáticos provocou um "milagre jornalístico".
Mas a batalha "se joga também atrás das grades", onde o soldado Manning está trancado há 10 meses, acusado de "colusão com o inimigo", disse Assange.
O fundador do WikiLeaks criticou o fato de a justiça americana continuar se apoiando na lei de espionagem de 1917 (quando se vivia a Primeira Guerra Mundial) para "perseguir aqueles que dão informação a jornalistas".
Isto corre o risco de "criminalizar o jornalismo investigativo", advertiu, acrescentando: "devemos todos combater isto, porque nos Estados Unidos a segurança nacional foi sempre o setor que precisou ser o mais vigiado".