Romero Jucá: eventual aporte do governo à CDE reduziria, de maneira geral, tamanho do reajuste tarifário (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 19h55.
Brasília - O relator do Orçamento de 2015, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que não vai retirar do projeto em tramitação no Congresso o repasse de R$ 9 bilhões do Tesouro Nacional previstos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - fundo setorial que banca os programas sociais do governo, como Luz para Todos e tarifa social para baixa renda.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que o governo não fará esse aporte à CDE, mas, segundo apurou o Broadcast, ainda há um impasse em torno do custeio dessas despesas pelo governo.
Levy tem defendido que esse custo seja repassado às tarifas e a redução dessas despesas contribua para o equilíbrio das contas públicas.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), defende um aporte mínimo de R$ 6 bilhões no fundo setorial.
Tarifas
O senador demonstrou nesta quinta-feira, 22, preocupação com a possibilidade de forte elevação das tarifas de energia este ano.
Segundo ele, há risco de a tarifa subir, em todo o país, de 30% até 56% nos Unidades da Federação.
Ele exemplificou o caso do Distrito Federal, que poderá ter um reajuste na conta de luz de 51%.
O eventual aporte do governo à CDE reduziria, de maneira geral, o tamanho do reajuste tarifário.
O relator afirmou que o orçamento já está "bem amarrado" para ser votado pelo plenário do Congresso no início do próximo mês, na volta do recesso parlamentar.
Ao manter os R$ 9 bilhões para a CDE no orçamento, há a possibilidade de liberar o dinheiro em algum momento deste ano, o que dá margem para o governo administrar o uso desses recursos.
Jucá disse que não vai alterar, para essa última votação, nenhum dos parâmetros de receitas e despesas aprovado no fim de 2014 pela Comissão Mista de Orçamento, antes de a nova equipe econômica adotar medidas de aumento de impostos que vão garantir uma receita extra de R$ 20,6 bilhões em 2015.
A arrecadação extra não será incorporada a seu relatório que vai à votação e servirá para garantir o cumprimento da meta de superávit primário.
O relator do orçamento defendeu um blindagem do setor de energia contra contingenciamentos orçamentários.
O ministério é comandado por aliados do PMDB desde 2005, quando a então ministra, a presidente Dilma Rousseff, transferiu-se para a Casa Civil na esteira do escândalo do mensalão.