Japão: "o aumento dos preços ao consumidor está em uma faixa de 0,5 a 1%", disse o Banco do Japão em comunicado (Mark Thompson/Getty Images)
Reuters
Publicado em 15 de junho de 2018 às 09h16.
Tóquio - O banco central do Japão reduziu sua avaliação sobre a inflação e seu presidente destacou a determinação em manter o fluxo de dinheiro, reforçando a visão de que o Japão ficará defasado em relação a seus pares dos Estados Unidos e da Europa em desfazer as políticas da época da crise.
O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou que mudanças estruturais na economia, como o aumento da produtividade do setor de serviços, podem estar segurando a inflação, sinalizando que o banco central vai observar mais de perto os fatores que contêm os preços na reunião do próximo mês.
"A economia do Japão está vendo aperto do mercado de trabalho e melhora do déficit de produção, mas os preços não estão subindo muito. Assim, é mais apropriado manter pacientemente nosso poderoso afrouxamento monetário", disse Kuroda em entrevista à imprensa.
Como esperado, o banco central deixou inalterada a política monetária ultrafrouxa nesta sexta-feira, mantendo a meta para a taxa de juros de curto prazo em -0,1 por cento e a promessa de guiar o rendimento do título governamental de 10 anos em torno de zero.
A medida contrasta com a decisão do Banco Central Europeu de encerrar seu programa de compra de ativos este ano e com os aumentos de juros pelo banco central norte-americano, que sinalizou ruptura de suas políticas adotadas para enfrentar a crise financeira de 2007-2009.
"O aumento dos preços ao consumidor está em uma faixa de 0,5 a 1 por cento", disse o Banco do Japão em comunicado. Essa é uma visão abaixo da de abril, quando o banco central disse que a inflação estava em torno de 1 por cento.
Kuroda afirmou que é natural a direção de política monetária do Banco do Japão divergir da do Federal Reserve e da do BCE, dada a dificuldade em erradicar a mentalidade deflacionária no país.
"Cada país tem que optar pela melhor política monetária à luz de suas condições econômicas e de preços", disse ele, acrescentando que é prematuro debater uma estratégia de saída para a política monetária ultrafrouxa.