Economia

Japão quer aumentar fim de semana para evitar mais mortes

Para evitar mais mortes por excesso de trabalho, Japão quer dar a última sexta-feira do mês de folga para trabalhadores se divertirem e relaxarem

Excesso de trabalho: além de poupar os trabalhadores, folga extra poderia impulsionar o consumo interno e estimular a economia (Thinkstock)

Excesso de trabalho: além de poupar os trabalhadores, folga extra poderia impulsionar o consumo interno e estimular a economia (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 13h31.

O país que cunhou a palavra “karoshi”, que significa “morte por excesso de trabalho”, quer que as companhias permitam que os funcionários terminem o expediente mais cedo na última sexta-feira de cada mês, para que eles possam sair e se divertir.

Na tentativa de limitar a carga horária de trabalho excessiva e estimular o consumo, o governo japonês e grupos empresariais estão lançando a campanha “Sexta-feira Premium”, programada para começar no dia 24 de fevereiro.

Embora não se saiba quantas companhias participarão, o maior grupo empresarial do país, Keidanren, escreveu às mais de 1.300 empresas que integram o grupo para estimular a participação.

Um indício do quanto é difícil modificar os rígidos hábitos de trabalho do Japão: o Ministério da Economia, do Comércio e da Indústria (METI, na sigla em inglês), que está fomentando a ideia, ainda não decidiu se suas autoridades poderão aderir.

No entanto, o ministro do METI, Hiroshige Seko, disse: “Darei a meus secretários a ordem rigorosa de não marcar nenhum compromisso depois das 15 horas” na primeira Sexta-feira Premium.

Existe uma relação clara entre o tempo de lazer, as férias e o gasto, disse Toshihiro Nagahama, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute em Tóquio.

Se a maioria dos trabalhadores, inclusive os de empresas de pequeno e médio porte, participar, o consumo privado poderia aumentar cerca de 124 bilhões de ienes (US$ 1,6 bilhão) em cada Sexta-feira Premium, de acordo com os cálculos dele.

Isso poderia dar um impulso ao consumo privado, que responde por cerca de 60 por cento da economia.

No entanto, Nagahama disse estar preocupado com que os trabalhadores de companhias menores tenham dificuldade para sair mais cedo ou que simplesmente tenham que compensar o tempo em outros dias, o que limitaria o impacto da campanha.

Os trabalhadores japoneses normalmente usam apenas metade das férias remuneradas anuais a que têm direito. Em parte para contornar esse problema e fazer cumprir o tempo longe do trabalho, o Japão tem 16 feriados públicos por ano, mais do que países como os EUA e a França.

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