Economia

Japão nega acusação de Trump de manipulação cambial

Para o Japão, acusação de Trump de manipulação cambial é "totalmente sem fundamento"

Câmbio: Trump acusou Japão de usar política monetária para enfraquecer o iene (Shohei Miyano/Reuters)

Câmbio: Trump acusou Japão de usar política monetária para enfraquecer o iene (Shohei Miyano/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 07h31.

Tóquio - O Japão rejeitou nesta quarta-feira críticas feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à política cambial de Tóquio, classificando-as como "totalmente sem fundamento" e enfatizando que o país asiático está comprometido a permitir que taxas cambiais sejam determinadas pelo mercado.

A reação veio após Trump acusar ontem Japão e China de manipularem moedas e de sugerir que Tóquio está usando sua política monetária para enfraquecer o iene.

O principal porta-voz do governo japonês, o secretário-chefe de gabinete Yoshihide Suga, disse que a política monetária do país não tem a taxa de câmbio como objetivo e que está voltada para alcançar a meta oficial de 2% de inflação, repetindo comentários feitos ontem pelo presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda.

Suga também reiterou o compromisso do Japão com os princípios do grupo dos 20 países mais industrializados (G-20), que estabelecem que seus integrantes não devem se envolver em práticas de desvalorização competitiva ou buscar determinadas taxas de câmbio por questões competitivas.

Tóquio foi pega de surpresa pelas críticas de Trump às políticas cambiais de Japão e China. No último sábado, Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tiveram uma conversa telefônica de 42 minutos que foi descrita como "amigável".

Após os comentários de Trump, o iene saltou para máximas em dois meses em relação ao dólar nos negócios de ontem.

Segundo Suga, as cotações das moedas devem ser determinadas pelo mercado financeiro, com base em fundamentos econômicos.

"Acreditamos ser importante que as taxas de câmbio se mantenham estáveis. Vamos monitorar de perto os acontecimentos no mercado", afirmou.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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