O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso: lançamento do AIIB gerou controvérsia ao ser apoiado de forma majoritária pela comunidade internacional, com exceção notável dos Estados Unidos e do Japão (REUTERS/Issei Kato)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2015 às 10h27.
Tóquio - O Japão anunciou nesta terça-feira que exigirá uma maior transparência do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) promovido pela China durante a reunião do G20 que será realizada nesta quinta-feira em Washington.
"Se essa questão for discutida, o Japão voltará a fazer esse pedido", afirmou hoje em entrevista coletiva o ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, que estará presente no encontro, realizado em paralelo às reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O lançamento do AIIB gerou controvérsia ao ser apoiado de forma majoritária pela comunidade internacional, com exceção notável dos Estados Unidos e do Japão, que questionaram a transparência da nova entidade financeira.
Apesar das ressalvas, o governo japonês planeja fazer parte do banco e fornecer US$ 1,5 bilhão para sua capitalização inicial, revelou um documento divulgado pela imprensa na semana passada. O relatório, no entanto, mostra também as dúvidas sobre a adesão.
A China encerrou no último dia 31 de março o prazo para admitir países com intenção de serem membros fundadores do banco. Os integrantes dessa primeira lista serão divulgados amanhã, com expectativa de divulgação das regras do AIIB no final de junho.
O Japão também vai aproveitar a reunião do G20 para mostrar a recuperação de sua economia depois da estratégia implantada pelo atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, conhecida como "Abenomics".
"A situação do Japão está começando a mudar de forma propícia em comparação com a reunião prévia de fevereiro e mostrarei isso", afirmou o ministro de Finanças, fazendo referência à expansão de 1,5% anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) do país em outubro-dezembro, o primeiro avanço em três trimestres.
O crescimento econômico global, a crise da Grécia, a fragilidade dos mercados emergentes e a criação do AIIB serão os principais temas na pauta das reuniões do FMI e do Banco Mundial.