Economia

Itaú revê cenário para PIB e reduz projeção de juros de 2013

Caso a projeção do banco se confirme, sairão ganhando as aplicações prefixadas (como as LTNs do Tesouro Direto) e os fundos renda fixa e renda fixa índices


	Agência do Itaú Unibanco: Ganham também as NTN-Bs corrigidas pela inflação, mas que têm uma parcela de juros prefixada
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Agência do Itaú Unibanco: Ganham também as NTN-Bs corrigidas pela inflação, mas que têm uma parcela de juros prefixada (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 18h07.

São Paulo - Em relatório enviado aos clientes, o departamento econômico do Banco Itaú reviu para baixo sua estimativa para os juros básicos da economia, de 7,25% para 6,25% no fim de 2013. A projeção, que fica abaixo da maioria do mercado, que ainda trabalha com 7,25% no fim do ano que vem, foi reduzida diante da perspectiva de que a economia brasileira vai crescer menos e isso levará o governo, via Banco Central (BC), a baixar mais a taxa Selic.

Caso a projeção do banco se confirme, sairão ganhando as aplicações prefixadas (como as LTNs do Tesouro Direto) e os fundos renda fixa e renda fixa índices, que ainda trabalham com juros de 7,25% para o fim de 2013. Ganham também as NTN-Bs corrigidas pela inflação, mas que têm uma parcela de juros prefixada.

Para o Itaú, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas pela economia) vai ser menor do que o esperado pelo mercado e pelo próprio banco anteriormente. O banco reviu sua projeção de crescimento para a economia brasileira este ano, de 1,5% para 0,9%, e para 2013, de 4% para 3,2%.

A revisão teve por base o resultado mais baixo do terceiro trimestre deste ano, quando o PIB cresceu 0,6% sobre o trimestre anterior, quando a previsão era de aumento de mais de 1%. “Com o cenário de fraqueza da atividade econômica, acreditamos que o governo optará por juros menores e câmbio mais depreciado para estimular o crescimento”, diz o relatório da equipe comandada pelo ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn.

Por isso, além de prever juros menores em 2013,o banco passou a estimar a cotação do dólar em R$ 2,10 para dezembro de 2012 e R$ 2,15 no fim de 2013, para R$ 2,02 estimados anteriormente para os dois períodos. Já a projeção do IPCA foi elevada de 5,3% para 5,5%, por conta do impacto nos preços do dólar mais alto e do reajuste dos combustíveis, apesar da atividade mais fraca.

O banco reviu também a estimativa para o saldo da balança comercial, e o resultado das importações e exportações deve ser um superávit de US$ 19,5 bilhões em 2012 (a projeção anterior era de US$ 20,5 bilhões). Para 2013, o saldo deve ser ainda menor, US$ 18 bilhões, comparados a US$ 20 bilhões da estimativa anterior.


O déficit de conta corrente, que inclui a balança comercial e o saldo da balança de serviços e turismo, deve fechar este ano em 2,3% do PIB e, no ano que vem, em 2,2%.

Já o resultado do governo vai piorar, com o superávit primário do governo, que não inclui os pagamentos da dívida pública, devendo cair de 2,4% do PIB, estimados inicialmente para este ano, para 2,3%. Para 2013, o superávit deve fechar em 2,1% do PIB, para uma projeção anterior de 2,2%.

Segundo o Itaú, o fraco crescimento no terceiro trimestre, metade do esperado, revela que, além da indústria, que caminhava devagar, agora também o setor de serviços está decepcionando. O consumo, avalia o banco, segue firme, mas os investimentos recuaram mais do que o esperado e as exportações e os gastos do governo cresceram menos que as projeções do banco.

“Com a decepção do terceiro trimestre e as perspectivas de crescimento morno no quarto, o crescimento do ano de 2012 será menor’, acredita o Itaú. “Aquela retomada que poderia ensejar mais otimismo, elevando a confiança dos empresários, acabou não acontecendo como se esperava.” Para o banco, a desconfiança em relação ao futuro continua, o que provoca a redução dos investimentos. E isso impactará o crescimento de 2013.

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