Selic: para o banco, taxa Selic deve terminar em 5% no final de novo ciclo de cortes (Reprodução/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2019 às 11h08.
O Itaú Unibanco elevou a projeção do ritmo de queda da taxa Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. Agora, aguarda corte de 0,50 ponto porcentual no juro em julho, e não mais de 0,25 ponto. No entanto, a projeção para a taxa no fim do ano prossegue em 5,00%. Nota assinada pelo economista-chefe do banco, Mario Mesquita, diz que o caminho no Brasil está livre para a retomada do ciclo de cortes de juros.
Passadas as etapas "mais cruciais" para a reforma da Previdência o contexto é de crescimento econômico lento, elevada capacidade ociosa e inflação baixa, avalia.
Este cenário "deve levar a autoridade monetária a retomar a flexibilização no final de julho, com um corte de 0,50 ponto porcentual, redução mais intensa do que prevíamos inicialmente, levando a taxa Selic para 5% no final do ciclo de cortes", afirma. O banco espera que o nível de 5,00% seja mantido ao longo do ano que vem.
Fora a expectativa de redução mais expressiva da Selic no início do novo ciclo, o Itaú Unibanco observa que o cenário para o Brasil mudou muito pouco desde o último mês.
A instituição ainda espera crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 e expansão de 1,7% em 2020. No segundo trimestre deste ano, a estimativa para o PIB é de crescimento de 0,4%, após recuo de 0,2% no primeiro.
"A fraqueza no segundo trimestre reforça nossa perspectiva de crescimento em 2019 abaixo de 1,0%, mesmo se a economia acelerar no segundo semestre. Nossa projeção de 0,8% para o ano é consistente com expansão em torno de 0,5% no terceiro trimestre e no quarto", estima.
A projeção do banco para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 3,6% neste ano e no seguinte, o que representa uma taxa aquém do centro da meta (4,25% em 2019 e 4 00% em 2020), enquanto aguarda taxa de câmbio em R$ 3,80 por dólar no fim deste ano e R$ 4,00 no próximo, "com o real se desvalorizando devido ao cenário global desafiado."