Economia

Itaú espera recuperação moderada em 2013

Banco espera crescimento do PIB de 0,9% em 2012 – e diz que o crescimento decepcionou


	Economia deve ter leve retomada após ano decepcionante, diz Itaú
 (Ricardo Corrêa/EXAME.com)

Economia deve ter leve retomada após ano decepcionante, diz Itaú (Ricardo Corrêa/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 14h26.

São Paulo – O crescimento da economia brasileira em 2012, que será divulgado na próxima sexta-feira, será decepcionante, se confirmadas as projeções, analisou o Itaú, que espera recuperação moderada nesse ano. O banco projeta um crescimento de 0,9% do PIB brasileiro em 2012 e de 3,0% em 2013. O material foi apresentado hoje pelo banco em reunião com jornalistas.

“Não tem mais essa de crescer 4%, 5%. A dúvida agora é se vamos crescer 3% em 2013”, disse Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, referindo-se aos anos de 2006, 2007 e 2008, quando a economia brasileira cresceu entre 4,0% e 6,1% ao ano. O economista não descartou outros números para o desempenho da economia neste ano numa faixa entre 2% e 4%. “Continuamos achando que há uma recuperação, mas em ritmo moderado. Temos falado que o culpado disso é o investimento, que tem que se recuperar”, disse Goldfajn.

Para o quarto trimestre de 2012, a expectativa do banco é de que o crescimento do PIB será de 0,7%. “Apesar do PIB fraco, o consumo continua forte, as pessoas continuam felizes, achando que a economia está bem e isso tudo tem a ver com o mercado de trabalho, que faz todo mundo estar empregado com um salário alto. Se isso mudar, muda toda a composição de consumo, de crédito. Muda tudo”, disse Goldfajn.

O investimento ainda não reagiu, segundo o banco, que prevê crescimento durante a década. “Viemos de cinco trimestres consecutivos de queda na formação bruta de capital fixo e estimamos que no último trimestre de 2012 ocorreu a sexta contração consecutiva”, disse Aurélio Bicalho, economista do Itaú. A tendência é de recuperação moderada do investimento, segundo o banco.

A prévia do banco aponta alta de 0,8% do PIB mensal em janeiro ante dezembro, com ajuste sazonal, e de 5,1% ante o mesmo mês de 2012. Alguns fatores que contribuíram para o crescimento em janeiro podem ter o efeito contrário em fevereiro, segundo Bicalho. “Em fevereiro é provável que nossa perspectiva do PIB mensal venha para o campo negativo, mas ainda com um janeiro forte. O quadro vai ser de melhora, apesar do arrefecimento de fevereiro”, disse Bicalho. O Itaú projeta um crescimento de 0,8% no PIB brasileiro no primeiro trimestre desse ano, seguido por 0,9% no segundo trimestre e 0,8% em cada um dos seguintes. 


A projeção para o crescimento do internacional é de 2,9% em 2013 e de 3,9% em 2014. “É um crescimento melhor, mas não voltamos à época áurea”, disse Goldfajn. O economista-chefe exemplifica isso com os preços das commodities, se estabilizando em um nível alto.

“A América Latina não tem nada do que reclamar do mundo”, afirmou. Na região, o pior crescimento deve ser o da Argentina, estima. 

Inflação

“Está cada vez mais claro que a inflação vai ficar acima do centro da meta”, disse Goldfajn. O banco projeta que os preços ao consumidor encerrem 2013 em 5,7% e em 6,0% em 2014. A inflação de fevereiro e dos meses seguintes deve ser menor, segundo Goldfajn. O economista não acha que a inflação vai subir mais do que já subiu, tendo em vista os fatores que a fizeram subir no passado (a inflação de serviços, de alimentos e a inflação de bens duráveis, que tem a ver com a indústria e o câmbio).

A projeção do Itaú para a Selic é de manutenção em 7,25%. “Hoje o mercado financeiro acredita que o juro vai subir pelo menos 1,5 ponto percentual em 2013”, disse Goldfajn. O economista acredita que se a inflação tiver um comportamento estável, nada será feito, se ela cair pouco ou subir deverá ocorrer uma subida de juros, não para os níveis de antigamente – mas para 9% ou 8,5%. Além dessa subida de juros, ainda seria necessário o uso de outros instrumentos para conter a inflação, como medidas macroprudenciais, entre outros.

Para Goldfajn, o Banco Central não deve manter a expressão “suficientemente prolongado” na próxima ata do Copom, tendo em vista as últimas declarações. “Acho que eles vão deixar a porta aberta para manter se precisar ou aumentar se precisar”, disse. 

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