Economia

Itaú defende ajuste que eleve primário para 2,5% até 2018

Em relatório enviado a clientes do banco neste final de semana, o economista Luka Barbosa diz que o ajuste fiscal não deve se esgotar neste ano


	Itaú: para o banco, o tamanho do ajuste fiscal é definido pela estimativa do superávit primário
 (Wikimedia Commons)

Itaú: para o banco, o tamanho do ajuste fiscal é definido pela estimativa do superávit primário (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2015 às 17h57.

São Paulo - O Departamento Econômico do Itaú Unibanco avalia que para estabilizar a dívida pública no longo prazo se faz necessário um ajuste plurianual que aumente o superávit primário para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2018.

Em relatório enviado a clientes do banco neste final de semana, o economista Luka Barbosa diz que o ajuste fiscal não deve se esgotar neste ano. De acordo com ele, uma parte foi implementada e agora a questão é saber quanto falta para concluir o processo. "Para responder a esta pergunta precisamos definir o tamanho necessário do ajuste fiscal. Depois verificar o quanto já foi implementado", diz Barbosa.

Para o economista, o tamanho do ajuste fiscal é definido pela estimativa do superávit primário necessário para estabilizar a dinâmica da dívida pública. Segundo avalia, o quanto já foi implementado é calculado avaliando as medidas já tomadas e seus impactos no superávit primário.

"Definimos como necessário um ajuste plurianual que aumente até 2018 o superávit primário para 2,5% do PIB, nível que estabiliza a dívida pública no longo prazo, segundo nossos cálculos", reiterou o economista do Itaú Unibanco.Ainda segundo o relatório da instituição, o tamanho do ajuste necessário é de 5% do PIB e menos da metade dele foi atingido.

"A queda do superávit primário nos últimos anos criou a necessidade de um ajuste fiscal, de forma a recuperar a sustentabilidade da dívida pública", diz Barbosa. Ele lembra que a necessidade de ajuste ganhou destaque no ano de 2014, caracterizado por uma queda mais intensa do resultado primário, para 0,6% do PIB, e aumento na dívida pública sobre o PIB.

O economista diz ainda que, de acordo com seus cálculos, as medidas fiscais já implementadas somam 1,9% do PIB, ou 38% do ajuste necessário. Deste montante, afirma, o corte de gastos representa 1% do PIB, incluindo o corte nas despesas discricionárias e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) condizente com o contingenciamento do orçamento de 2015. "Outros 0,8% do PIB são aumentos de impostos", disse o economista do Itaú Unibanco.

Por fim, escreve o economista, os governos regionais contribuíram com 0,1% do PIB para o ajuste, calculado com base no superávit primário destes entes acumulado este ano, ante o mesmo período do ano passado.

"Desta forma, embora o ajuste já realizado - de quase 2 pontos porcentuais do PIB - seja historicamente relevante, ele representa um pouco menos da metade do ajuste fiscal necessário para aumentar o superávit primário para níveis mais consistentes com estabilização da dívida pública", disse Barbosa, acrescentando que este exercício destaca também a importância de reformas estruturais que busquem reduzir a tendência de crescimento sustentado do gasto federal como porcentual do PIB, principalmente a despesa com benefícios previdenciários.

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