Bandeira do Irã: segundo Kameli, o país está explorando diversas opções para "se juntar ao clube do gás natural liquefeito" (AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2016 às 13h34.
Teerã - O Irã tem trabalhado para impulsionar sua capacidade de extração e exportação de gás natural, afirmou hoje Alireza Kameli, diretor gerente da National Iranian Gas Export.
Segundo o dirigente, isso inclui planos para a construção de complexos destinados a processar a commodity e exportá-la para a Europa num prazo de dois anos.
O país é dono da maior reserva de gás natural do planeta, mas há muito tem se ressentido da falta de infraestrutura necessária para exportá-la, ao contrário de concorrentes como a Rússia e o Catar.
Segundo Kameli, o país está explorando diversas opções para "se juntar ao clube do gás natural liquefeito".
Um deles é a retomada do Iran LNG, o complexo mais avançado de liquefação do combustível no Irã.
O projeto, que estava 40% completo na época em que as sanções econômicas foram impostas, foi paralisado em 2012. Segundo o Kameli, as obras podem durar outros três ou quatro anos.
Outra possibilidade é construir um gasoduto sob o Golfo Pérsico até o Omã, que possui estrutura para processamento do gás. O dirigente afirmou que autoridades daquele país concordaram em construir o gasoduto no espaço de dois anos.
A construção de unidades embarcadas de liquefação de gás natural também foram mencionadas por Kameli, que disse ter contatado a empresa norueguesa Golar sobre o assunto. Nem a Golar nem autoridades do Omã comentaram o assunto.
Uma vez que Teerã tenha adquirido capacidade para beneficiar seu gás natural, as exportações para a Europa "podem definitivamente ser consideradas".
Na semana passada, a Hellenic Petroleum concordou em comprar petróleo iraniano da National Iranian Oil, se tornando a primeira empresa europeia a adquirir a commodity do país desde a retirada das sanções.
Autoridades do bloco tem dito que o Irã pode se tornar um fornecedor chave de gás natural do continente, que poderia assim reduzir sua dependência da Rússia.
O horizonte de dois anos, no entanto, "não soa muito realista", disse uma autoridade europeia.
Atualmente, as exportações iranianas chegam a cerca de 9 bilhões de metros cúbicos por ano, e são destinadas a países como Azerbaijão, Armênia e Turquia.
Uma autoridade iraniana, no entanto, afirmou que o país tem capacidade de exportar 30 bilhões de metros cúbicos para a Europa no longo prazo. Fonte: Dow Jones Newswires.