Sem citar fontes, nos dois últimos dias, a "PressTV" divulgou que o Irã, dentro das supostas "sanções de resposta" à UE, havia deixado de vender petróleo à Espanha e Alemanha (Aamir Qureshi/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2012 às 17h49.
Teerã - O Irã planeja proibir as importações de produtos de cem empresas europeias dentro do programa de sanções à União Europeia, revelou nesta quarta-feira a TV oficial iraniana em inglês "PressTV".
Conforme a emissora, que citou o vice-presidente da Organização de Promoção do Comércio do Irã, Sasan Khodaei, Teerã proibirá os produtos de cem empresas europeias, entre elas algumas de mercadorias de luxo, as quais o país julga ter capacidade de produzir sozinho.
Sem citar fontes, nos dois últimos dias, a "PressTV" divulgou que o Irã, dentro das supostas "sanções de resposta" à UE, havia deixado de vender petróleo à Espanha e Alemanha, o que não foi confirmado pela imprensa oficial.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, que está em Sarajevo, disse ontem que o Irã ainda não tomou nenhuma decisão sobre a interrupção do envio de petróleo à Espanha e outros países da União Europeia (UE), conforme o site "Sensservis".
Uma fonte da Embaixada espanhola em Teerã revelou a Efe sobre o suposto corte do fornecimento de petróleo à Espanha, que o trâmite legal para este tipo de medidas no Irã é longo e complexo.
Na terça-feira, depois que a "PressTV" informasse sobre o corte de abastecimento de petróleo à Espanha, outra fonte da Embaixada espanhola declarou que não tinham recebido "nenhum comunicado oficial, ou extraoficial" das autoridades iranianas sobre essa possível suspensão do abastecimento de petróleo.
Dados do Ministério das Relações Exteriores espanhol, citados pela fonte da embaixada, assinalaram que as empresas espanholas esperavam dar por finalizadas suas importações de petróleo iraniano no mês de março, "mas pode ter ocorrido algum atraso".
A União Europeia aprovou em 23 de janeiro novas sanções petrolíferas e financeiras ao Irã. Dentre elas, a mais importante é o embargo total de compras de petróleo iraniano pelos 27, que entrará em vigor em primeiro de julho, como medida de pressão para que o país suspenda seu programa nuclear.
Esta circunstância levou às companhias europeias que importam o produto da República Islâmica procurar por outros fornecedores, o que influenciou no aumento significativo dos preços internacionais do petróleo no primeiro trimestre do ano.