Economia

Ipea revisa projeção para inflação de 2021 de 4,6% para 5,3%

A piora na projeção da inflação foi puxada por uma pressão maior nos aumentos de preços de bens e serviços monitorados pelo governo

A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi revisado para cima e passou de 4,3% para 4,7% (NurPhoto/Corbis/Getty Images)

A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi revisado para cima e passou de 4,3% para 4,7% (NurPhoto/Corbis/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2021 às 11h20.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 12h32.

Em linha com as expectativas do mercado medidas pelo Banco Central para a inflação, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou a sua previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador da inflação foi dos 4,6% previstos em março para 5,3% na Carta de Conjuntura divulgada nesta segunda-feira, 24.

Nesta segunda, o Banco Central também elevou, no relatório Focus com previsões econômicas de uma centena de especialistas do mercado, a expectativa do índice para 5,24% na sétimo alta seguida da projeção. 

A alta foi puxada principalmente pelos preços monitorados, aqueles controlados pelo governo, como energia elétrica, gasolina e passagens de transporte público. A expectativa para a categoria foi revista de 6,4% para 8,4% neste ano.

O aumento nas previsões da inflação dos bens industriais e dos serviços livres exceto educação também contribuíram para o aumento da expecatativa do índice. A inflação dos bens industriais avançou de 3,8% para 4,3% e de serviços, de 3,6% para 4%. 

Segundo o Instituto, nos últimos meses houve uma mudança nos fatores de pressão sobre a inflação. Enquanto em 2020 o IPCA foi puxado por altas no preço dos alimentos, 2021 sofre influência das demais categorias. No relatório, a previsão de aumento nos preços dos alimentos no domicílio em 2021 foi mantida em 5%.

A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi revisada pela pesquisa, de 4,3% para 4,7% em 2021. Em 2020, o índice chegou a 5,5%.

Apesar nos preços monitorados, o instituto espera um alívio no índice que mede a inflação de famílias residentes nas áreas urbanas que ganham de um a cinco salários mínimos por conta da pressão menor dos alimentos. Para este ano, a alta prevista é de 5,2%, ante uma de 18,9% registrada em 2020. 

“Os riscos para essa previsão de inflação em 2021 estão relacionados às oscilações da taxa de câmbio e dos preços internacionais das commodities, que podem surpreender positiva ou negativamente”, afirma o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior.

Inflação acumulada

No acumulado em 12 meses, a inflação medida pelo IPCA atingiu 6,76% em abril, no entanto as projeções do instituto indicam recuo na inflação acumulada de 12 meses no segundo semestre.

"Nos primeiros meses da pandemia em 2020 houve deflação (tornando a base de comparação baixa) e, no segundo semestre, a significativa aceleração inflacionária aumentou a base de comparação", explica o Ipea na Carta de Conjuntura.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoIPCAIpea

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito