Consumidora pesquisa preços: índice teve alta de 0,92% em março (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2014 às 09h59.
Rio de Janeiro - O alívio nos preços de alimentos e transportes ajudou a inflação oficial do país a desacelerar a alta a 0,67 por cento em abril, melhor que o esperado, evitando aproximação ainda mais forte do teto da meta de inflação do governo e pavimentando o caminho para o Banco Central parar de elevar a Selic já neste mês.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu em 12 meses até abril 6,28 por cento, ante 6,15 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. A meta é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Em março, o indicador havia subido 0,92 por cento.
Os dados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 0,80 por cento na comparação mensal e de 6,42 por cento na base anual.
Ainda assim, o resultado mensal foi o maior para meses de abril desde 2011 (0,77 por cento) enquanto o acumulado em 12 meses representou o maior nível desde junho de 2013 (6,70 por cento).
O inflação do grupo de Alimentação e Bebidas ficou em 1,19 por cento em abril, ante 1,92 por cento em março, mas ainda assim registrou não apenas a maior variação mas também o maior impacto no indicador no mês, de 0,30 ponto percentual.
Já a alta dos preços de Transportes recuou a 0,32 por cento no mês passado, contra 1,38 por cento em março, representando 0,06 ponto percentual do índice.
A alta dos preços dos alimentos ganhou destaque nesse começo de ano em meio à seca que afetou grande parte do Brasil, somando-se ao cenário de preocupação com custos de serviços e o encarecimento da energia elétrica devido ao maior custo gerado pelo acionamento das usinas termelétricas.
Em abril, a alta do índice de serviços desacelerou para 0,44 por cento, de 1,09 por cento em março, informou ainda o IBGE. Já os preços administrados avançaram 0,77 por cento, contra variação negativa de 0,02 por cento no mês anterior.
Para segurar a inflação, há um ano o BC vem elevando a Selic, hoje a 11 por cento ao ano, mas já sinalizou que deve parar de subir os juros básicos neste mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente.
O BC argumenta, entre outros, que a atual escalada nos preços dos alimentos é temporária e que a pressão no indicador vem também dos preços administrados.
A pesquisa Focus do BC desta semana mostrou que os economistas veem o IPCA fechando este ano no topo da meta, a 6,50 por cento, com alta de 5,0 por cento dos preços administrados.
Também mostrou que as expectativas são de manutenção da Selic agora, movimento que ganhou força nesta sessão no mercado de juros futuros.
Atualizado às 9h59