Economia

IPCA para 2016 sobe de 7,26% para 7,56% no Focus

Para 2016, a taxa esperada subiu 0,30 ponto porcentual de uma semana para a outra, passando de 7,26% para 7,56%


	Longe do teto da inflação: para 2016, a taxa esperada subiu 0,30 ponto porcentual de uma semana para a outra, passando de 7,26% para 7,56%
 (Leo Ramirez/AFP)

Longe do teto da inflação: para 2016, a taxa esperada subiu 0,30 ponto porcentual de uma semana para a outra, passando de 7,26% para 7,56% (Leo Ramirez/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 13h27.

Brasília - Após o IPCA de janeiro vir acima do teto do intervalo das estimativas, o mercado financeiro promoveu nova revisão altista de suas projeções para a inflação no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo Banco Central.

Conforme economistas consultados pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), nem toda a correção com a surpresa do índice oficial de preços deve estar no levantamento conhecido nesta quarta, já que houve data crítica na quinta-feira, 4, quando os analistas costumam aprimorar seus cálculos, e o IPCA foi divulgado na sexta-feira, 5, véspera do feriado prolongado de carnaval.

Para 2016, a taxa esperada subiu 0,30 ponto porcentual de uma semana para a outra, passando de 7,26% para 7,56% e distanciando-se ainda mais do teto da meta de inflação deste ano de 6,50%.

Quatro semanas atrás, estava em 6,93%. Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas passou de 7,79% para 8,13% - um mês antes, estava em 7,49%.

No caso de 2017, a mediana avançou de 5,80% para 6,00% e ante 5,20% de quatro edições atrás do levantamento. Com esse movimento, a previsão do mercado atingiu o teto de 6,00% da meta do ano que vem. Essa barreira, no entanto, já foi ultrapassada em muito pelo grupo Top 5 de médio prazo. Desta vez, porém o ajuste foi baixista, de 7,19% para 6,40 %. Um mês antes, essas instituições apontavam para um IPCA de 5,50%.

Para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana também recuou, saindo de 6,82% para 6,78% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,79%.

Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para fevereiro de 2016, que foi modificada de 0,85% para 0,87%. Um mês antes, estava em 0,80%.

Para março, a mediana das previsões ficou congelada em 0,60% de uma semana para a outra - quatro edições atrás da Focus estava em 0,59%.

De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado.

Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e é de 4,9% pelo de mercado. Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que houve aumento desses porcentuais nos dois casos em ambos cenários.

Essa piora das previsões para a inflação foi acentuada depois de o IPCA de janeiro vir mais salgado, mas teve início após uma semana tumultuada para a política monetária.

No primeiro dia do primeiro encontro do Copom deste ano, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fez um comentário surpresa sobre as novas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste e do próximo ano. A ação seguinte do colegiado foi a manutenção dos juros básicos da economia em 14,25% ao ano.

Até o comentário de Tombini, a expectativa maciça do mercado financeiro era de alta de 0,50 ponto porcentual da Selic. A decisão do Copom foi dividida por seis votos pela manutenção contra dois pela alta imediata dos juros para 14,75% ao ano.

Administrados e monitorados

Os preços monitorados ou administrados pelo governo não serão tão vilões para a inflação como foram no ano passado, ao subirem 18,07%, mas estão longe de serem os mocinhos do IPCA deste ano. De acordo com a pesquisa Focus, analistas estimam que esse conjunto de preços terá alta de 7,70% em 2016, a mesma previsão da edição anterior - um mês atrás, estava em 7,50%.

No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela nona semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%.

No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliados a outros componentes, são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017".

Na mais recente ata do Copom, a previsão do BC para os administrados saiu de 5,9% para 6,3% e a de 2017 ficou em 5%. No documento, o BC enfatizou a alta dos preços das tarifas de transporte público ocorrida em várias capitais do País. Há a expectativa de que o segmento de energia ainda possa dar um alívio à inflação.

IGPs e Fipe

Os preços no atacado continuam pressionados neste ano, conforme aponta o Relatório de Mercado Focus. A pesquisa mostrou que a mediana das projeções para o IGP-DI de 2016 disparou de 7,00% para 7,72% de uma semana para a outra. Quatro semanas atrás, estava em 6,18%. Para 2017, a perspectiva de alta de 5,50% desse indicador foi mantida. Já quatro edições atrás da Focus, a mediana para o IGP-DI estava em 5,30%.

O boletim Focus trouxe também que o ponto central da pesquisa para o IGP-M de 2016 passou de 7,18% para 7,29% de uma semana para outra - um mês antes estava em 6,58%.

No caso de 2017, a expectativa dos participantes é a de que o principal índice de inflação referência para reajuste de alugueis suba 5,50%, de acordo com o boletim Focus - estava em 5,49% no levantamento anterior e em 5,23% no realizado quatro semanas antes.

O IPC-Fipe para 2016 passou de 6,27% para 7,00%, segundo a pesquisa Focus desta quarta. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 6,04%.

Para 2017, a inflação de São Paulo subirá, pelo boletim Focus, 5,30% ante 5,18% do levantamento anterior. Quatro edições atrás do documento estava em 5,00%.

Acompanhe tudo sobre:Boletim FocusCopomeconomia-brasileiraEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAJurosPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto