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IPCA: O que é deflação? Entenda por que é difícil de perceber a queda dos preços no dia a dia

Essa foi a primeira deflação registrada pelo IBGE em 10 meses e a menor variação para o mês de junho desde 2017

IPCA: deflação foi registrada pelo IBGE em junho (Leandro Fonseca/Exame)

IPCA: deflação foi registrada pelo IBGE em junho (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 11 de julho de 2023 às 10h36.

Última atualização em 11 de julho de 2023 às 10h42.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de junho com deflação de 0,08%, desaceleração após a alta de 0,23% em maio. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 11, pelo IBGE.

Essa foi a primeira deflação registrada pelo IBGE em 10 meses e a menor variação para o mês de junho desde 2017. Mas, afinal, o que é a deflação? E por que essa queda nem sempre é sentida pelo consumidor nas compras de supermercado ou nos gastos do dia a dia?

O que é deflação?

A deflação é quando, em vez de subirem, os preços da economia, na média, são reajustados para baixo. Ou seja, o índice de inflação fica negativo.

Mas, como toda média, esse resultado não mostra os extremos. Ou seja, existem preços que sobem bem mais, e outros com queda maior que, na média, levam o índice a ficar no terreno negativo.

No caso do IPCA de junho, considerando só os grandes grupos de produtos e serviços, enquanto os preços de alimentos tiveram a maior queda, com -0,66%, os custos de habitação (aluguel, taxas de água e eletricidade, etc.) tiveram alta de 0,69%.

Queda da média não significa redução de preços generalizados

Além de não representar uma queda generalizada de preços, mas apenas uma média que ficou no negativo, a deflação de junho foi um efeito pontual.

Nos últimos meses, a inflação vinha subindo. O resultado negativo foi a primeira deflação em dez meses. Ou seja, uma queda de preços pontual não compensa as altas anteriores no custo de produtos e serviços. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 3,16%.

Efeitos da deflação de junho em cada estado

Os efeitos da deflação de junho são sentidos de maneira diferente em cada cidade e em cada faixa de renda da população.

Para os moradores de Belo Horizonte, por exemplo, o preço da energia elétrica subiu nada menos do que 13,66%. Com alta tão forte na conta de luz, é difícil para este consumidor perceber um alívio no bolso, ainda que outros preços de sua cesta de consumo tenham caído de preço.

O IBGE pesquisa os preços em 16 capitais brasileiras. A queda de preços foi maior em Goiânia (-0,97%). E, em cinco locais, não houve deflação. Veja lista completa.

  • Goiânia: -0,97%
  • São Luís: -0,62%
  • Rio Branco: -0,50%
  • Brasília: -0,40%
  • Fortaleza: -0,40%
  • Salvador: -0,23%
  • Rio de Janeiro: -0,20%
  • Campo Grande: -0,14%
  • Belém: -0,09%
  • Porto Alegre: -0,02%
  • São Paulo: -0,01%
  • Curitiba: 0,03%
  • Vitória: 0,06%
  • Aracaju: 0,26%
  • Recife: 0,28%
  • Belo Horizonte: 0,31%

Preço varia de acordo com a renda

Além disso, o tamanho da queda de preços varia de acordo com a faixa de renda da população. Há produtos que pesam mais no orçamento da classe média. No caso do mês de junho, a deflação foi mais intensa para as famílias mais pobres.

O INPC, índice que mede a inflação para essa parcela da população, ficou em –0,10%, ou seja, com uma queda ainda maior do que o IPCA.

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