Economia

IPCA acumulado de 2023 foi de 4,62% e fica dentro da meta; em dezembro, alta foi de 0,56%

A expectativa do mercado era de 4,47% no acumulado do ano passado

Shopping cart, close up (Stock/Getty Images)

Shopping cart, close up (Stock/Getty Images)

Luciano Pádua
Luciano Pádua

Editor de Macroeconomia

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 09h01.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 09h15.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de dezembro de 2023 com alta de 0,56%, após registrar avanço de 0,28% em novembro. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA acumulou alta de 4,62% em 2023, dentro da meta de inflação que vai até 4,75%. 

No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 8, a expectativa para o IPCA em 2023 subiu de 4,46% para 4,47%. Um mês antes, a mediana era de 4,51%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,90%. Há um mês, era de 3,93%.

Um ano dentro da meta

O resultado da inflação em 2023 ficou dentro do intervalo da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, entre 1,75% e 4,75%. 

Em 2023, a inflação acumulada de 4,62% ficou abaixo dos 5,79% registrados no ano anterior.

O maior impacto nesse resultado veio do grupo Transportes, com crescimento de 7,14%, influenciado especialmente pela alta acumulada da gasolina (12,09%), que tem o maior peso entre os subitens pesquisados no IPCA, segundo o IBGE. “Vale lembrar que a gasolina teve o impacto da reoneração dos tributos federais e das alterações nas cobranças do ICMS”, diz o gerente do IPCA, André Almeida.

Por sua vez, o grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano. O resultado se deve à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28,00%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%).

O grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. Houve quatro quedas seguidas no meio de ano, o que contribuiu para esse resultado. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”, afirma o gerente da pesquisa.

Como mostrou EXAME, economistas ressaltam que o governo Lula 3 pode conquistar a menor inflação acumulada em quatro anos desde o início do Plano Real, em 1994 -- caso confirmadas as projeções. 

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