Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 0,71%, 0,2 ponto percentual mais do que o 0,51% registrado em maio. A alta se deve à influência de transportes e alimentos, respectivamente afetados pelo reajuste da gasolina e pelo frio, que prejudicou lavouras sensíveis.

Os gastos com transportes - 0,33 ponto percentual dentro do IPCA do mês, ou 46% da inflação do período - avançaram 1,58%, contra 0,54% no mês anterior. A gasolina teve o maior impacto individual: 0,14 ponto percentual. Os gastos com alimentos subiram 0,72% em junho, contra 0,23% em maio, e contribuem com 0,17 ponto percentual para o IPCA do mês. Transportes e alimentos, portanto, responderam por 70% do índice de junho (0,50 ponto percentual).

No primeiro semestre do ano, o IPCA acumula alta de 3,48%, pouco mais da metade da verificada em igual período de 2003, quando registrou 6,64%. Mas no acumulado em 12 meses, é de 6,06%, superior aos 12 meses anteriores (5,15%), e inferior à nova expectativa do governo Lula para o ano de 2004.

Para julho, os prováveis vilões da inflação serão energia elétrica, telefonia e planos de saúde. Em junho de 2003, o IPCA detectou deflação de 0,15%.

Uso

O IPCA refere-se às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.

Calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística desde 1980, a inflação medida pelo IPCA é o parâmetro adotado pelo governo em seu regime de metas, incluído no acordo vigente com o Fundo Monetário Internacional. A meta original, abandonada recentemente, era restringir o aumento dos preços a 5,5% nos 12 meses de 2004. Agora o Banco Central busca atingir 6,4%, e o mercado aposta em 7%.

Também foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias com rendimento monetário de um a oito salários mínimos cujo chefe é assalariado. O INPC variou 0,50% em junho, ante 0,40% de maio. Os preços dos alimentos subiram 0,48%, após permanecerem relativamente estáveis (0,02%) em maio. Os não alimentícios tiveram variação de 0,51% em junho, contra 0,57% no mês anterior.

O INPC acumula 3,14% no ano, abaixo dos 7,84% de igual período de 2003. Nos últimos doze meses, a taxa ficou em 5,57%, acima do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores, de 4,99%.