Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de março de 2025 às 18h39.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 18h42.
Inflação acima de 5% nos últimos 12 meses. Essa é a expectativa de economistas e relatórios consultados pela EXAME sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil, de fevereiro, que será divulgado nesta quarta-feira, 12.
Após desacelerar em janeiro e fechar o mês em 0,16%, o índice deve acelerar e crescer entre 1,28% e 1,33%. Caso o dado se confirme, o IPCA deve ultrapassar a barreira de 5% em 12 meses, no nível mais alto desde setembro de 2023. Na prévia do mês, divulgada no fim de fevereiro, o IPCA-15 registrou alta de 1,23%.
Em relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), os analistas Álvaro Frasson, Arthur Mota e Victor Esteves do Amaral projetam alta de 1,3% no mês e 5,05% nos últimos 12 meses, impulsionado principalmente por fatores não recorrentes, como o bônus de Itaipu, impostos estaduais sobre combustíveis e aumentos sazonais de mensalidade.
Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, espera que o IPCA mostre um quadro desafiador para o Banco Central com relação à dinâmica de inflação, com alta mensal de 1,33% e anual de 5,1%. Serrano espera que a alimentação no domicílio siga pressionada, puxada pelos preços de café e ovos.
"O grupo de serviços também deverá registar taxa elevada, devido ao aumento das matrículas escolares apurada no mês de fevereiro. O aumento só não será mais elevado por conta da queda de cerca de 20% nos preços das passagens aéreas verificada no período", afirma.
O economista afirma que o resultado não deve mudar o prognóstico de um novo aumento de 1 ponto percentual da Selic, a taxa de juros, na reunião de março.
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, espera uma inflação um pouco menor, de 1,28%, com variação em 12 meses de 5,03%.
Angelo afirma que a aceleração em relação ao IPCA de janeiro deve ser bem grande, o que já estava previsto, devido à volta do pagamento do bônus de Itaipu e, principalmente, ao impacto do aumento do ICMS sobre os combustíveis.
"A gasolina também deve vir acima do observado na prévia de fevereiro, com a nossa coleta proprietária apontando para uma alta próxima de 3%.", disse.
A economista afirma que na parte qualitativa, não deve haver novidades sobre o núcleo de serviços subjacentes, em relação ao que foi observado na prévia de fevereiro.
“Projetamos uma inflação de 5,6% para o ano de 2025, enquanto para 2026 esperamos uma alta de 4,2%”, afirma.
No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, o mercado projeta a inflação para 2025 em 5,68%. A expectativa do ministério da Fazenda é do IPCA em 4,8% no fim do ano.