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Jornalista
Publicado em 26 de junho de 2023 às 16h01.
Última atualização em 12 de setembro de 2023 às 09h24.
Todo brasileiro já se deparou com o aumento de preços, seja no supermercado, seja em farmácias. A famigerada inflação, tema recorrente do noticiário econômico, define a vida de muitos cidadãos. Do preço da carne a uma passagem de avião, todos as tarifas da economia sofrem com a inflação. Mas como ela é calculada? O principal indicador do país, medido pelo IBGE, é o IPCA, ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
No texto abaixo, a EXAME explica alguns dos principais conceitos para entender o índice:
Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado referente ao mês de agosto de 2023 registrou uma variação de registrou alta de 0,23%. Essa taxa representa a diferença entre os meses de julho e agosto de 2023, sendo o dado mais recente disponível na série histórica do índice.
No acumulado dos últimos 12 meses até julho de 2023, o IPCA apresentou um crescimento de 4,61%. Esse indicador reflete a variação dos preços ao consumidor ao longo desse período e serve como um importante referencial para acompanhar a inflação no país.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que registrou alta de 0,23%, ficou abaixo da projeção do Banco Central (BC), de alta de 0,25%, apresentada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado no fim de junho. Apesar da surpresa positiva, o resultado ficou acima do esperado por alguns economistas.
O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
A inflação é um fenômeno econômico que afeta a vida de todos, mas você já se perguntou o que faz com que os preços subam ou desçam?
Um dos principais fatores que pode fazer a inflação subir é o aumento da demanda agregada. Quando a demanda por bens e serviços supera a capacidade de produção da economia, os preços tendem a subir. Isso ocorre porque as empresas podem aumentar seus preços para equilibrar a oferta e a demanda. Por outro lado, se a demanda agregada diminui, a inflação pode ser reduzida, pois as empresas podem ser forçadas a baixar os preços para atrair consumidores.
Outro fator importante é o custo dos insumos utilizados na produção. Se os custos de matérias-primas, salários e outros fatores de produção aumentam, as empresas podem repassar esses custos para os consumidores, elevando os preços dos produtos finais. Por outro lado, se os custos dos insumos diminuem, as empresas podem reduzir os preços, contribuindo para uma queda da inflação.
A política monetária adotada pelo Banco Central também desempenha um papel crucial na determinação da inflação. Se o Banco Central adota uma política monetária expansionista, ou seja, aumenta a oferta de dinheiro na economia, isso pode estimular a demanda e, consequentemente, aumentar a inflação. Por outro lado, se o Banco Central adota uma política monetária contracionista, reduzindo a oferta de dinheiro, isso pode desacelerar a demanda e contribuir para uma redução da inflação.
As expectativas dos agentes econômicos, como consumidores e empresários, também podem influenciar a trajetória da inflação. Se os consumidores esperam que os preços vão subir no futuro, eles podem antecipar suas compras, aumentando a demanda e, consequentemente, elevando os preços. Da mesma forma, se os empresários esperam que os custos vão aumentar no futuro, eles podem aumentar os preços para se protegerem contra esses custos. Por outro lado, se as expectativas dos agentes econômicos são de que a inflação vai diminuir, isso pode contribuir para uma redução da inflação.
Para ver o IPCA acumulado dos 12 meses, confira o calendário de divulgação do IPCA em 2023:
Janeiro |
12/1/2023 |
Fevereiro |
9/2/2023 |
Março |
11/3/2023 |
Abril |
9/4/2023 |
Maio |
11/5/2023 |
Junho |
7/6/2023 |
Julho |
8/7/2023 |
Agosto |
10/8/2023 |
Setembro |
9/9/2023 |
Outubro |
8/10/2023 |
Novembro |
10/11/2023 |
Dezembro |
10/12/2023 |
Confira abaixo a tabela do IPCA acumulado de 2023:
Mês (2023) | Índice do mês (em %) |
Índice acumulado em
12 meses (em %) |
Janeiro | 0,53 | 5,77 |
Fevereiro | 0,84 | 5,6 |
Março | 0,71 | 4,65 |
Abril | 0,61 | 4,18 |
Maio | 0,23 | 3,94 |
Junho | 0,08 | 3,16 |
Julho | 0,12 | 3,99 |
Agosto | 0,23 | 4,61 |
IPCA Acumulado em 12 meses (em dezembro) |
Taxa |
2008 |
5,9 |
2007 |
4,46 |
2006 |
3,14 |
2005 |
5,69 |
2004 |
7,6 |
2003 |
9,3 |
2002 |
12,53 |
O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
A renda fixa é uma opção de investimento popular entre os brasileiros, e o IPCA desempenha um papel crucial nesse tipo de aplicação. Títulos públicos como o Tesouro IPCA+ são indexados ao IPCA, o que significa que seus rendimentos são ajustados de acordo com a variação do índice. Isso proporciona uma proteção contra a inflação, garantindo que o investidor não perca poder de compra ao longo do tempo.
Embora a renda variável, como ações e fundos imobiliários, não estejam diretamente ligadas ao IPCA, a inflação ainda pode ter um impacto indireto nesses investimentos. A alta inflação pode afetar negativamente a economia como um todo, levando a uma redução nos lucros das empresas e, consequentemente, a uma queda nos preços das ações. Portanto, é importante que os investidores acompanhem de perto o IPCA e suas tendências para tomar decisões informadas no mercado de renda variável.
A poupança é uma opção de investimento tradicional no Brasil, mas sua rentabilidade está diretamente ligada ao IPCA. Quando a inflação está alta, a rentabilidade da poupança pode ser insuficiente para preservar o poder de compra do investidor. Nesses casos, é importante considerar outras opções de investimento que ofereçam uma proteção mais efetiva contra a inflação.
Existem estratégias que os investidores podem adotar para se beneficiar do IPCA. Uma delas é investir em títulos públicos indexados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+. Outra opção é investir em fundos de investimento que utilizam o IPCA como referência para seus rendimentos. Além disso, é importante acompanhar de perto as tendências do IPCA e da inflação para tomar decisões informadas no mercado de investimentos.
O IPCA acumulado desempenha um papel crucial no planejamento financeiro. Ao conhecer a variação dos preços ao longo do tempo, os indivíduos podem ajustar seus orçamentos e investimentos de acordo com a inflação.
Por exemplo, ao analisar o IPCA acumulado, é possível estimar o impacto da inflação nos rendimentos de investimentos de renda fixa e tomar medidas para proteger o poder de compra. Dessa forma, o IPCA acumulado é uma ferramenta importante para garantir a estabilidade financeira e a proteção do patrimônio dos indivíduos.
O IPCA acumulado é utilizado como referência para o cálculo do reajuste salarial. Quando a inflação acumulada é alta, significa que houve um aumento significativo nos preços dos produtos e serviços ao longo do tempo. Isso pode levar a uma perda do poder de compra dos salários, uma vez que o aumento dos preços supera o aumento dos salários.
Por exemplo, se a inflação acumulada em um determinado período foi de 5%, e o reajuste salarial foi de apenas 3%, os trabalhadores terão uma perda de poder de compra de 2%. Isso ocorre porque os preços dos produtos e serviços aumentaram mais do que o salário recebido, tornando mais difícil para os trabalhadores manterem seu padrão de vida anterior.
Para evitar a perda do poder de compra, é importante que os reajustes salariais sejam feitos levando em consideração a inflação acumulada. Os sindicatos e as negociações coletivas desempenham um papel fundamental nesse processo, buscando garantir que os trabalhadores tenham reajustes salariais que acompanhem a variação dos preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um dos principais indicadores utilizados para medir a inflação no Brasil. Investir em ativos atrelados ao IPCA pode ser uma estratégia interessante para proteger o poder de compra do investidor e buscar ganhos reais. Conheça abaixo cinco tipos de investimentos que estão diretamente relacionados ao IPCA:
O Tesouro IPCA é um título público oferecido pelo Tesouro Nacional. Ele possui uma rentabilidade que é composta por uma taxa fixa, definida no momento da compra, mais a variação do IPCA. Dessa forma, o investidor tem a garantia de preservação do poder de compra do seu capital, além de um ganho real. O Tesouro IPCA possui diferentes prazos de vencimento, permitindo ao investidor escolher a opção mais adequada aos seus objetivos financeiros.
Além do Tesouro IPCA, existem também os títulos privados que são indexados ao IPCA. Esses títulos são emitidos por empresas, bancos e instituições financeiras e oferecem ao investidor a possibilidade de obter rendimentos superiores aos do Tesouro IPCA. Entre os títulos privados mais comuns estão as Debêntures Incentivadas, as Letras Financeiras e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs).
Os fundos de inflação são fundos de investimento que têm como objetivo acompanhar o desempenho de algum indicador de inflação, como o IPCA. Eles aplicam os recursos dos investidores em títulos públicos ou privados atrelados à inflação, proporcionando uma rentabilidade próxima à variação do indicador. Esses fundos podem ser uma alternativa interessante para diversificar a carteira e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo IPCA.
Os ETFs (Exchange Traded Funds) de renda fixa são fundos negociados em bolsa que replicam o desempenho de um índice de renda fixa. Existem ETFs que acompanham o desempenho de índices de inflação, como o IPCA. Investir em ETFs de renda fixa atrelados ao IPCA pode ser uma forma prática e eficiente de diversificar a carteira e obter exposição ao indicador de inflação.
Os fundos imobiliários são veículos de investimento que aplicam em empreendimentos do setor imobiliário, como shoppings, escritórios e imóveis comerciais. Alguns fundos imobiliários possuem contratos de aluguel atrelados ao IPCA, o que significa que os aluguéis são reajustados de acordo com a variação do índice. Investir em fundos imobiliários atrelados ao IPCA pode oferecer uma proteção contra a inflação, além de proporcionar ganhos por meio da valorização dos imóveis e dos rendimentos distribuídos.