Economia

IPCA acumulado deve recuar para 6,34%, diz analista

Segundo professor da PUC-RJ, IPCA de agosto deve fechar em 0,08%, abaixo da taxa de alta registrada em agosto de 2013


	Consumidores fazendo compras em um supermercado
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Consumidores fazendo compras em um supermercado (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 20h48.

São Paulo - A inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses deve desacelerar em agosto para 6,34%, de 6,50% até julho, previu nesta sexta, 8, o professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e membro do Conselho Técnico do IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Luiz Roberto Cunha.

"O recuo no acumulado em 12 meses é a notícia. O resto é informação para economista", disse.

Segundo ele, qualquer eventual desvio da sua projeção poderá ficar por conta do comportamento em agosto das passagens aéreas, que em julho tiveram os preços reduzidos em 26,86% na comparação com junho.

Tirando qualquer imprevisto, de acordo Cunha, o IPCA de agosto deve fechar em 0,08% - essa é uma conta preliminar -, ficando abaixo da taxa de alta de 0,24% registrada pelo IPCA em agosto de 2013.

É nessa redução interanual da inflação mensal que o economista vê a brecha para a redução da média de preços ao consumidor acumulada em 12 meses.

"Os ventos estão soprando a favor", disse o professor da PUC-RJ, para quem, "ao segurar as chuvas São Pedro está ajudando a segurar os gastos das famílias com alimentação".

Isso ocorre, de acordo com ele, porque hoje as lavouras de hortifrutigranjeiros são quase totalmente irrigadas e parte do cultivo de grãos também. Nesse caso, chuvas em excesso podem ser um problema, salienta.

"Sem chuvas, mas com o clima ameno e com a ajuda da irrigação, São Pedro está ajudando o bolso do consumidor", disse o economista.

Ele citou como exemplo as quedas de 2% no preço do feijão mulatinho em São Paulo e redução de 4% no preço feijão preto no Rio.

Quanto ao IPCA de julho, especificamente, cuja variação desacelerou para 0,01% de uma alta de 0,40% em junho e de 0,03% em julho do ano passado, Cunha disse que o resultado causou surpresa.

A projeção dele para a média de preços no mês passado oscilava entre altas de 0,10% e 0,11%.

E a surpresa, de acordo com o economista, veio dos preços das diárias de hotéis e das contas de telefone fixo em São Paulo. Os preços das diárias dos hotéis, por exemplo, que haviam subido 28,63% no IPCA-15, no IPCA fechado caíram 7,65%.

A conta de telefone fechou o mês com queda de 8,52% em consequência da redução de 24,30% no valor da assinatura no final do mês passado, retroativa a 4 de junho.

"Normalmente o IPCA do mês costuma repetir o IPCA-15, mas alguns itens como empregados domésticos e diárias de hotéis, entre outros, não têm uma pesquisa frequente e, de vez em quando, acabam levando a surpresas", disse o economista da PUC-RJ, acrescentando que a metodologia de coleta destes preços não é muito boa.

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