Economia

Prévia da inflação vai abaixo do centro da meta em abril

Dados de inflação foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

IPCA-15: dados de inflação foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Arquivo/Agência Brasil)

IPCA-15: dados de inflação foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Arquivo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2017 às 09h37.

Última atualização em 20 de abril de 2017 às 10h11.

São Paulo - A prévia da inflação oficial brasileira subiu menos que o esperado em abril e foi abaixo do centro da meta do governo, no resultado mais fraco em pouco mais de sete anos e favorecendo reduções de juros mais agressivas pelo Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 4,41 por cento em 12 meses até abril, contra avanço de 4,73 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A meta oficial é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual, neste ano e no próximo.

Trata-se do nível mais baixo do IPCA-15 nessa base de comparação desde janeiro de 2010, quando subiu 4,31 por cento.

Na comparação mensal, o IPCA-15 subiu 0,21 por cento, sobre 0,15 por cento em março, também abaixo do esperado e na leitura mais baixa para abril desde 2006 (+0,17 por cento).

Em pesquisa da Reuters, as projeções eram de avanço de 0,27 por cento em abril sobre março e de 4,49 por cento em 12 meses.

"Aumenta a possibilidade de o BC ser mais agressivo no corte de juros. Ninguém esperava, um tempo atrás, que a inflação voltaria para a meta logo no primeiro trimestre", afirmou o analista de inflação da consultoria Tendências, Marcio Milan, que ainda mantém a cautela e continua projetando novo corte de 1 ponto na próxima reunião do BC, em maio.

Segundo o IBGE, os grupos Transportes e Artigos de Residência tiveram queda nos preços, de 0,44 e 0,43 por cento, respectivamente em abril na comparação com março. Um dos destaques foi o recuo de 2,77 por cento nos preços dos combustíveis, uma vez que o litro da gasolina ficou 2,24 por cento mais barato e o do etanol, 5,48 por cento.

Os preços dos grupo de Habitação e Educação mostraram forte desaceleração da alta, com o primeiro subindo 0,39 por cento em abril após 0,64 por cento no mês anterior. Os preços de Educação avançaram 0,14 por cento, contra 0,87 por cento.

Na outra ponta, com forte peso sobre os bolsos dos consumidores, os preços de alimentos registraram alta de 0,31 por cento em abril depois de recuarem 0,08 por cento no mês anterior. Somente o tomate ficou 30,79 por cento mais caro.

A inflação de serviços subiu 0,44 por cento em abril, segundo as contas da Tendências, sobre 0,25 por cento em março. O avanço se deveu principalmente ao aumento de 15,32 nos preços das passagens aéreas e, excluindo esse item, a inflação de serviços desaceleraria a 0,31 por cento, sobre 0,34 por cento.

Na semana passada, o BC acelerou o ritmo e cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 11,25 por cento ao ano, e informou que chegou a discutir que a conjuntura econômica já permitiria redução maior, mas acabou optando por queda mais modesta devido ao cenário de incertezas e riscos.

O resultado do IPCA-15 também favorece a discussão, que já existe dentro do governo, de adotar uma meta de inflação menor para a partir de 2019.

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