Preços em um supermercado de São Paulo: pesquisa realizada pela Reuters apontou expectativa de alta de 0,53% (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2013 às 09h51.
São Paulo - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta mensal a 0,49 por cento em março, depois de subir 0,68 por cento em fevereiro, favorecido pelos preços de Educação e das Despesas Pessoais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado em pesquisa realizada pela Reuters, que apontou expectativa de alta de 0,53 por cento, de acordo com a mediana das previsões de 27 analistas. As estimativas variaram de 0,40 a 0,63 por cento.
No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, o IPCA-15 teve alta de 6,43 por cento em março, acima dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 6,18 por cento.
Com isso, a inflação fica ainda mais próxima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais pelo IPCA. Já existem pressões sobre o Banco Central para que aumente a taxa básica de juros, atualmente na mínima recorde de 7,25 por cento.
Segundo o IBGE, o principal destaque foi o grupo Educação, cuja taxa atingiu 0,50 por cento em março, após avanço mensal de 5,49 por cento em fevereiro, devido a efeitos sazonais.
O grupo Despesas pessoais também colaborou para o resultado do IPCA-15, uma vez que desacelerou a alta a 0,51 por cento em março, após 1,15 por cento em fevereiro, em meio à perda de força da alta dos preços dos cigarros (de 5,70 a 0,03 por cento no período).
Outros quatro grupos também mostraram desaceleração da alta dos preços em março, como Alimentação e bebidas registrando 1,40 por cento, ante 1,74 por cento no mês anterior. Apesar do resultado, segundo o IBGE, esse grupo ainda continua pesando bastante, sendo responsável por 69 por cento do IPCA-15 deste mês.
O grupo Transportes também mostrou desaceleração da alta a 0,32 por cento em março, ante 0,46 por cento.
Os resultados do IPCA-15 não devem aliviar o dilema do BC, pelo menos por enquanto, na condução da política monetária. De um lado, a inflação ainda pressionada e, de outro, a frágil recuperação da economia. De modo geral, o mercado acredita que o BC não vai mexer na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em meados de abril.
Mas acredita que a taxa fechará este ano a 8,25 por cento, com o ciclo de aperto monetário iniciando em maio.
O governo tem tomado ações com o objetivo de baixar os preços, como a desoneração dos produtos da cesta básica. Mas na ata da última reunião do Copom, o BC piorou seus cenários de inflação tanto em 2013 quanto 2014, alertando que é preciso ter "cautela" na condução de política monetária.