PIB: O Itaú Unibanco elevou sua projeção para o PIB do Brasil em 2022 de 1,6% para 2% (Paulo Whitaker/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 25 de agosto de 2021 às 09h41.
Última atualização em 26 de agosto de 2021 às 08h13.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,89 por cento em agosto, sobre alta de 0,72 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002, quando atingiu 1%. O resultado veio pior do que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,82% para o período.
No ano, o índice acumulou alta de 5,81% e, em 12 meses, de 9,30%, acima dos 8,59% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23%.
O IPCA-15 mediu a variação de preços coletados de 14 de julho a 13 de agosto. O indicador acompanha a inflação para famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas e duas cidades.
Com alta de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto (0,23 p.p.) no IPCA-15 de agosto. A bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigorou nos meses de julho e agosto, mas, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. Além disso, o resultado foi consequência dos reajustes tarifários em Belém; São Paulo; Curitiba e Porto Alegre.
A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou para 1,02% em agosto, de 0,49% em julho, pelo IPCA-15. O grupo contribuiu com 0,21 ponto porcentual para o índice do mês (0,89%).
O encarecimento dos alimentos era esperado por analistas, após as baixas temperaturas, registradas em parte do País no fim de julho e início de agosto, terem atingido plantações. O cenário já era desafiador por causa do impacto da estiagem sobre a oferta de produtos in natura.
Os itens de alimentação no domicílio - comprados em supermercados e mercados, por exemplo - ficaram 1,29% mais caros em agosto, após alta de 0,47% em julho. Os destaques foram produtos como tomate (16,06%), frango em pedaços (4,48%), frutas (2,07%) e leite longa vida (2,07%).
Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-6,46%), do feijão-preto (-4,04%), do arroz (-2,39%) e do feijão-carioca (-1 52%).
A alimentação fora do domicílio - produtos consumidos em restaurantes, lanchonetes, bares - ficou 0,35% mais cara, com a desaceleração da refeição (0,10%), que havia registrado alta de 0,53% em junho. O subitem lanche subiu 0,75% no IPCA-15 de agosto.
No grupo de transportes, a os preços dos combustíveis aumentaram 2,02% em relação a julho. A principal contribuição veio da gasolina, cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. A gasolina contribuiu sozinha por 0,12 p.p. do IPCA-15 de agosto.
Os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%) também subiram, enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.