Inflação: prévia da inflação oficial atingiu em 12 meses 6,41 por cento até junho, ante 6,31 por cento em maio (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 10h11.
São Paulo - Novo alívio nos preços dos alimentos e de habitação ajudou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) a desacelerar a 0,47 por cento em junho, frente a 0,58 por cento de maio, dando novo suporte às expectativas de que o Banco Central não deve eleve os juros tão cedo.
Apesar da menor alta do IPCA-15, a prévia da inflação oficial atingiu em 12 meses 6,41 por cento até junho, ante 6,31 por cento em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Com isso, aproximou-se um pouco mais do teto da meta de inflação, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Os resultados ficaram um pouco acima das expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas indicavam alta de 0,42 por cento no mês e de 6,35 por cento em 12 meses.[nL2N0OX19A] Os grupos Habitação e Alimentação e bebidas foram os principais guias para a desaceleração mensal do indicador em junho. Segundo o IBGE, o primeiro registrou alta de 0,29 por cento agora, após ter avançado 1,19 por cento em maio, influenciado pela queda de 18,36 por cento nas taxas de água e esgoto em São Paulo.
O grupo Alimentação subiu 0,21 por cento neste mês, ante avanço de 0,88 por cento, com destaque para a queda de 0,23 por cento nos preços da alimentação consumida em casa, segundo o IBGE.
Os preços dos alimentos já vinham mostrando alívio, como esperado por agentes econômicos e pelo próprio Banco Central, depois da seca no começo do ano.
Na ponta oposta, informou o IBGE, os preços das passagens aéreas subiram 22,15 por cento em junho, "sob impacto da maior demanda decorrente da Copa do Mundo", com maior impacto positivo no IPCA-15 neste mês (0,09 ponto percentual).
A desaceleração do IPCA-15 continua sustentando as expectativas de que BC deve manter a Selic no atual patamar de 11 por cento por mais tempo, depois de interromper o ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013 citando a atividade econômica fraca.
A expectativa de economistas consultados na pesquisa Focus do BC é de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 1,24 por cento este ano, com a inflação encerrando a 6,46 por cento.
O BC vem argumentando que os efeitos da política monetária ocorrem com defasagem, mas ainda mostra preocupação com os preços administrados.