Economia

IPC de agosto tem menor difusão mensal desde 2007, diz Fipe

André Chagas, coordenador do índice, afirmou em conversa que a expectativa é de que o indicador de difusão continue baixo


	Compras: mudanças na Selic têm efeito com atraso de seis a nove meses nos preços, diz coordenador
 (Larissa Belova/Getty Images)

Compras: mudanças na Selic têm efeito com atraso de seis a nove meses nos preços, diz coordenador (Larissa Belova/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 16h00.

São Paulo - O índice de difusão do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) deu continuidade à tendência de desaceleração mostrada desde maio e atingiu em agosto o menor nível para o fechamento de um mês desde novembro de 2007.

Esse indicador representa o porcentual de preços de produtos em alta do IPC e recuou para 51,71% no fim de agosto. No encerramento de julho, o indicador estava em 60,68%.

Levando em conta apenas o fechamento mensal, esse é o menor nível para o indicador de difusão desde novembro de 2007, quando atingiu 50,86%.

Já quando se consideram as variações quadrissemanais, o quarto período registrou o menor nível desde a primeira quadrissemana de agosto de 2013.

André Chagas, coordenador do índice, afirmou em conversa com jornalistas que a expectativa é de que o indicador de difusão continue baixo como reflexo da política de aperto monetário adotada pelo Banco Central desde meados do ano passado.

Ele lembrou que mudanças na taxa Selic possuem um efeito com atraso de seis a nove meses nos preços.

Desse modo, as decisões do BC começaram a se refletir no indicador de difusão a partir de maio deste ano, quando estava em 67%.

O coordenador acrescentou que, teoricamente, é possível o índice de difusão desacelerar, mas ressaltou que o Banco Central começou a utilizar outros instrumentos para ajustar a política monetária, diante da percepção de que pode ter apertado demais.

Nos últimos meses, a autoridade reduziu a taxa do depósito compulsório, por exemplo, na contramão do aperto que estava sendo feito até então.

Mudanças no compulsório possuem efeitos mais rápidos sobre os preços em comparação a mudanças nas taxas de juros.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEstatísticasFipeIndicadores econômicosInflaçãoIPCMercado financeiroPreços

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto