Economia

IPC acumulado desde o Plano Real é de 296%, diz Fipe

"Se algo custasse R$ 100 em julho de 1994, reajustado pelo IPC hoje custaria R$ 396,16", disse o coordenador do IPC


	Imóveis: nos últimos 20 anos o que mais pesou foram os gastos com habitação
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Imóveis: nos últimos 20 anos o que mais pesou foram os gastos com habitação (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 09h46.

São Paulo - A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou nesta quarta-feira, 2, estudo especial sobre o comportamento da inflação em razão do aniversário de 20 anos do Plano Real. De acordo com a Fipe, entre julho de 1994 e junho de 2014, o IPC acumulou alta de 296,16%.

"Se algo custasse R$ 100 em julho de 1994, reajustado pelo IPC hoje custaria R$ 396,16", disse o coordenador do IPC, André Chagas.

Segundo ele, a inflação do período, quando comparada àquela acumulada nos 20 anos anteriores ao Plano Real, que atinge a impressionante porcentagem de 40,5 trilhões, parece pouco, o que não é verdade.

"Não é pouco. É muito, sobretudo quando comparamos com nossos principais parceiros comerciais", disse. Como exemplo, citou os Estados Unidos, cuja inflação ao consumidor, nos últimos 20 anos, foi de 48,59% em média.

Em termos ponderados, nos últimos 20 anos o que mais pesou no bolso do brasileiro foram os gastos com habitação. Com variação acumulada de 361,91% entre julho de 1994 e junho de 2014, o grupo contribuiu com 95,71 pontos porcentuais dentro dos 296,16% do IPC.

O grupo com menor participação dentro da inflação do período foi vestuário, com alta de 42,35% e participação de 3,15 pontos. Por item, o tomate lidera a lista das maiores variações acumuladas, com alta de 895%, seguido por médico (835%) e gás de botijão (820%).

Para Chagas, ainda que o Plano Real tenha trazido a inflação para níveis muito mais comportados, ele ainda está incompleto. "Faltam muitas reformas e, o mais importante, a questão cultural", disse.

O economista vê necessidade de mudança na mentalidade do povo brasileiro na sua relação com a moeda. "Nunca tivemos muito claro o que é ter uma moeda", disse.

"Desdenhamos de descontos de 5% e desprezamos moedas de pequeno valor." Para ele, o pano de fundo para uma inflação acumulada em nível tão elevado no período é a falta de confiança na política econômica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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