Lima - Os investimentos brasileiros no Peru superam os R$ 13,3 bilhões (US$ 6 bilhões) e crescem a um ritmo de 10% ao ano, informou nesta segunda-feira o embaixador do Brasil em Lima, Carlos Laxary Texeira.
"Tenho em uma pasta para guardar papéis com vários projetos grandes relacionados a atividades na mineração, parque industrial, produção de cimento, remédios e empresas brasileiras que estão investindo em modernização de portos", declarou o embaixador à agência oficial Andina durante uma visita à cidade nortista de Chiclayo.
Texeira disse que os investimentos de seu país no Peru crescem 10% por ano e assegurou que isso corresponde "à convicção" de que este país "tem condições de atrair muito mais empresas, de acordo com a nova Lei de contratações do Estado, que está em discussão no Congresso."
"É um marco importante e queremos que ali estejam dadas as condições para não somente manter as empresas que já estão aqui, mas atrair novas empresas sobretudo médias e pequenas. Para isso necessitam que sejam mantidas as regras de jogo", assinalou.
O diplomata também considerou que o Gasoduto do Sul Peruano, que será construído por um consórcio conformado pela empresa brasileira Odebrecht e a espanhola Enagás, vai ser uma obra muito importante para o desenvolvimento do sul do país.
"É um compromisso assumido pelo governo (peruano) que está virando realidade", cotou.
O diplomata brasileiro participou de Chiclayo em um seminário internacional no qual também estiveram os embaixadores da Polônia e República Tcheca, Ezela Matusz e Vladimir Eisenbruk, respectivamente, assim como do conselheiro comercial da União Europeia, Paul Bonnefoy, assinalou Andina.
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1. Terra de contrastes
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1/11 (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)
São Paulo - Os brasileiros não costumam olhar com muita atenção para seus colegas latino-americanos, e com isso perdem a chance de conhecer (e aprender) com algumas histórias de sucesso. Uma delas é a do
Peru, que após décadas de instabilidade econômica e violência política, tem conseguido atrair investimentos, reduzir a pobreza e crescer de forma vigorosa com inflação e desemprego baixos. Nem tudo está resolvido - o Peru ainda é um emergente com pobreza e serviços públicos de baixa qualidade - mas os sinais são promissores. Veja algumas peculiaridades do país a seguir:
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2. Crescimento de 6,6%
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2/11 (Wikimedia Commons)
O Peru é uma das maiores histórias de sucesso econômico da América Latina: sua economia cresceu a uma média de 6,6% anuais de 2004 para cá. No Brasil, foram 3,7% - a diferença é que enquanto nós desaceleramos nos últimos 3 anos, o Peru continuou em patamares semelhantes (e com inflação em torno de 3,5%).
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3. Um em cada dois trabalhadores no setor informal
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3/11 (Miguel Yupanqui/Wikimedia Commons)
A informalidade é um problema antigo do Peru que sujeita trabalhadores a condições inadequadas e impede o governo de ampliar receita.
O crescimento tem melhorado os números, mas 49% dos peruanos continuam trabalhando no setor informal da economia,
de acordo com a Organização Mundial do Trabalho. No Brasil, são 24%.
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4. Uma primeira-dama polêmica
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4/11 (Rec79/Wikimedia Commons)
O Brasil não tem hoje primeira-dama - muito menos uma como Nadine Heredia, mulher há 15 anos do presidente do Peru, Ollanta Humala, que assumiu em 2011. Inicialmente popular, ela passou a incomodar por sua interferência política, que só aumentou depois que ela foi apontada para líder do partido nacionalista e de esquerda do marido. 62% acreditam que é ela (e não Ollanta) que comanda o país e sua aprovação caiu de 66% para 27% em 2 anos.
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5. Ceviche
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5/11 (Yogma/Flickr)
A combinação de peixe cru com frutas cítricas e temperos vem dos incas e está presente em outros países andinos, mas é só no Peru que virou orgulho nacional com direito a dia especial (28 de junho). O ceviche virou produto de exportação e ajudou a impulsionar chefs como Gaston Acúrio, que abriu cevicherias em várias cidades - inclusive São Paulo, onde o prato virou moda nos últimos anos.
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6. Um vencedor do Nobel
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6/11 (Getty Images)
O Brasil não tem nenhum vencedor do
prêmio Nobel, mas o Peru tem um: Mario Vargas Llosa. Ele levou o prêmio máximo da literatura mundial em 2010 por obras como "Tia Júlia e o Escrevinhador" e "A Festa do Bode". Um liberal assumido de 78 anos, Vargas Llosa chegou a concorrer à presidência em 1990, mas perdeu para Alberto Fujimori.
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7. Um ex-presidente na prisão
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7/11 (Getty Images)
O Brasil já teve um presidente destitúido do cargo, mas não um condenado à prisão servindo pena - aliás, o caso peruano é único no mundo. Alberto Fujimori comandou o país entre 1990 e 2000, período em que abriu a economia. Depois de tentar um terceiro mandato e se exilar no Japão, ele voltou ao Peru e foi condenado a 25 anos de prisão por autorizar um "esquadrão da morte" que cometeu abusos de direitos humanos no combate à guerrilha do Sendero Luminoso.
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8. Machu Pichu
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8/11 (Wikimedia Commons)
Nenhuma das atrações históricas brasileiras é tão conhecida como a cidade inca, Patrimônio Cultural da Humanidade que recebeu quase 1,2 milhão de turistas só no ano passado. O número dobrou na última década, e 2 em cada 3 visitantes são estrangeiros.
De acordo com o BID, o
turismo já responde por 8% do PIB peruano e pode ser a segunda principal fonte de divisas para o país já em 2021.
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9. A maior plantação de coca do mundo
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9/11 (Luis Robayo/AFP/AFP)
Em 2012, o Peru se tornou o país com maior plantação de coca do mundo (60 mil hectares), segundo a ONU. O país até conseguiu reduzir um pouco a área cultivada, mas ainda assim tomou a liderança da Colômbia, que conseguiu reduzir mais. O uso do vegetal como estimulante tem uma longa tradição local (e dentro da lei), mas a grande maioria acaba destinada para a produção de cocaína para exportação.
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10. Peru X Brasil
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10/11 (Roberto Stuckert Filho/PR)
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11/11 (Pedro Felipe/Wikimedia Commons)