China: a China é o maior investidor do grupo em termos globais, com quase US$ 425 bilhões em IED. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 15h00.
Genebra - Os fluxos de investimento externo direto (IED) para os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) triplicaram nos últimos dez anos, até os US$ 263 bilhões, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
O número aumentou apesar da explosão da crise financeira e passou de 6% do total mundial, em 2000, para 20% em 2012, destacou em entrevista coletiva o diretor da Divisão de Investimento e Empresas da Unctad, James Zhan.
Os Brics também se transformaram na última década em importantes emissores de IED, ao passar de US$ 7 bilhões, em 2000, o que representava 1% do total mundial, para US$ 126 bilhões em 2012, o que significa 9% em nível mundial.
Desde 2010, as economias em desenvolvimento e em transição absorveram mais da metade dos fluxos de investimento externo direto e em 2012 superaram os países desenvolvidos em US$ 130 bilhões.
O documento destaca ainda que os investimentos dos Brics têm principalmente como destinos os mercados em vias de desenvolvimento (42% do total), embora a União Europeia (UE) continue sendo o destino principal.
Já os fluxos de investimento entre os Brics seguem limitados, com apenas 2,5% do total, apesar deste número há uma década ser de 0,1%.
A África do Sul aparece na frente dos investimentos intra-Brics, já que um quinto de seu fluxo externo de investimento em 2011 teve como destino outros países deste grupo, principalmente a China.
A China é o maior investidor do grupo em termos globais, com quase US$ 425 bilhões em IED. O investimento externo brasileiro foi de apenas US$ 500 milhões, sendo que US$ 447,5 milhões foi realizado com a China.
O relatório indica que as relações econômicas bilaterais do Brasil são especialmente fortes com a China, fundamentalmente orientadas pelo comércio devido ao aumento das exportações de matérias-primas nos últimos anos.
A presença de companhias brasileiras na China é limitada e as principais atividades desenvolvidas são o fornecimento de serviços (como financiamento, consultoria empresarial e comércio), a venda e distribuição de produtos e a licitação pública.
África é outro dos focos dos investimentos diretos externos de brasileiros, russos, indianos, chineses e sul-africanos, sobretudo nos setores de manufatura e serviços.
Embora a África represente apenas 4% dos fluxos de IED em direção ao exterior, os Brics figuram entre os principais investidores no continente, com 25% total.