Agência
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 15h16.
O investimento estrangeiro direto (FDI) da China continuou a cair no mês passado, de acordo com os dados oficiais mais recentes. No entanto, o declínio foi bem menor em comparação com o ano passado.
O FDI da China em uso real totalizou 97,6 bilhões de yuans (US$ 13,4 bilhões) em janeiro, uma queda de 13,4% em relação ao ano anterior, mas um aumento de 27,5% em relação a dezembro, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Comércio.
No ano passado, o FDI da China em uso real despencou 27,1%, para 826,2 bilhões de yuans (US$ 113,4 bilhões), em comparação com o ano anterior, conforme dados divulgados anteriormente pelo Ministério das Finanças.
O declínio no uso real do FDI da China no mês passado foi menor em comparação com o mesmo período do ano passado, mas a pressão de baixa persiste devido ao complexo cenário externo, disse Ling Ji, vice-ministro das Finanças, em uma coletiva de imprensa hoje.
“O investimento transfronteiriço ainda não chegou ao fundo devido à recuperação econômica global lenta, especialmente nos países desenvolvidos”, observou Ling. Além disso, os conflitos geopolíticos se intensificaram, e o unilateralismo e o protecionismo estão em ascensão, representando desafios à capacidade da China de atrair investimentos estrangeiros, acrescentou.
A capacidade de setores como a fabricação de automóveis, a fabricação de máquinas e a indústria têxtil de atrair fundos diminuiu, disse Ling. No entanto, os fundamentos que sustentam a estabilidade econômica de longo prazo da China, como a enorme escala do mercado interno e cadeias industriais eficientes, permanecem inalterados, garantindo condições favoráveis para o investimento de capital estrangeiro no país.
Porém, há alguns pontos positivos nos dados do FDI de janeiro. Por exemplo, o FDI no setor de manufatura de alta tecnologia totalizou 12,2 bilhões de yuans no mês passado, representando 12,5% do total, um aumento em relação aos 11,7% do ano passado.
Além disso, os investimentos estrangeiros vindos da Holanda, Coreia do Sul e Reino Unido cresceram significativamente, subindo 76%, 104% e 324%, respectivamente.
Apesar do cenário desafiador, a confiança das empresas estrangeiras no mercado chinês continua alta.
De acordo com um relatório publicado pela Câmara de Comércio Americana na China (AmCham China), quase 70% dos membros envolvidos na indústria de consumo planejam manter ou aumentar seus investimentos no país neste ano.
Uma pesquisa da Câmara de Comércio Alemã na China revelou que mais de 92% das empresas entrevistadas pretendem continuar suas operações no país, e mais da metade delas planeja aumentar seus investimentos nos próximos dois anos.