A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena: "esta região vai crescer pouco, não mais que 0,5%, por fatores externos e internos" (Cris Bouroncle/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2015 às 16h46.
México - América Latina e Caribe registrarão neste ano um crescimento econômico próximo a 0,5%, um baixo desempenho que pode ser contido mediante o investimento e a inovação tecnológica, conforme informou nesta quarta-feira a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
"Esta região vai crescer pouco, não mais que 0,5%, por fatores externos e internos. É essencial apontar o investimento tanto público como privado, e especialmente o associado à inovação", enfatizou na inauguração da 5ª Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação da América Latina e do Caribe.
No início do evento, que reúne ministros da região na Cidade do México do dia 5 ao 7 de agosto, a representante da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) ressaltou que o mundo vive "uma revolução digital de grandes proporções", caracterizada pelo "dinamismo tecnológico" e pela "convergência de novas tecnologias".
"Mas nos incomoda vivê-lo em um cenário muito difícil, com desacelerações e maiores desafios", apontou.
No dia 29 de julho, a Cepal apresentou seu "Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2015", no qual se prevê uma desaceleração generalizada, mas heterogênea, e mostra uma forte revisão em baixa em relação aos 2,2% de crescimento para 2015 estimado no final do ano passado.
Segundo as projeções, América Central e México terão um crescimento médio de 2,8%, o Caribe registrará uma expansão de 1,7% e a América do Sul se contrairá 0,4%.
"Isso exigirá, sem dúvidas, que caminhemos em direção a uma maior inovação e novas associações entre Estados, mercado e sociedade", ressaltou Bárcena.
Para enfrentar essa contração da economia e poder competir em um novo cenário econômico global é necessária uma mudança estrutural na matriz produtiva" baseada "no conhecimento e nas tecnologias digitais", comentou.
"A transição requer desenvolver o ecossistema digital, melhorar a conexão intrarregional e propiciar que as empresas promovam investimentos e redes de conhecimento", comentou.
Segundo Bárcena, nos países desenvolvidos, a internet e a economia digital representam de 7% a 21% do produto interno bruto (PIB).
No evento inaugurado nesta quarta-feira se pretende dar continuidade ao Plano de Ação sobre a Sociedade da Informação da América Latina e do Caribe (eLAC), estipulado em 2005 e implementado até 2007, que teve mais duas fases (2008-2010 e 2011-2015).
É aguardada a renovação do plano para uma quarta etapa, que irá durar até 2018, e a Cepal apresentará um relatório que "busca contribuir para o debate dos representantes nacionais".
O encontro conta com a participação de ministros e delegados dos Estados-membros e associados da Cepal, assim como funcionários da Comissão e do sistema das Nações Unidas, membros do corpo diplomático, acadêmicos e representantes de organizações não governamentais.