São Paulo - O Brasil conseguiu manter seu nível de investimento estrangeiro direto em novos projetos em 2015, de acordo com um relatório divulgado pela fDi Intelligence, publicação do Financial Times.
A queda no valor investido por aqui no ano passado foi de apenas 0,2% em relação a 2014, apesar do número de projetos ter despencado 17% para 268.
Apesar da forte alta em países como Chile e Jamaica, a queda do investimento na América Latina foi intensa.
Com isso, o Brasil conseguiu ganhar participação no total de dinheiro investido na região - de 17% para 25%.
Os três principais destinos para investimento na América Latina foram México (US$ 24,3 bilhões), Brasil (US$ 17,3 bilhões) e Chile (US$ 9,7 bilhões).
O relatório destaca um investimento da empresa americana TransGas Development Systems, desenvolvedora de sistemas de energia a carvão, em uma nova fábrica em Candiota, no Rio Grande do Sul.
A previsão é que US$ 2,8 bilhões sejam investidos e 300 empregos permanentes sejam gerados até que ela esteja totalmente operacional em 2019.
Metodologias
No plano global, o valor do investimento estrangeiro direto em novos projetos subiu 8,6%, bem menos do que os 36% anunciados pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) em janeiro.
Isso acontece porque a fDi mede apenas novos projetos anunciados, enquanto a UNCTAD também considera dinheiro injetado ou retirado via fusões e aquisições, cujo impacto é mais incerto.
Na conta da UNCTAD, por exemplo, o fluxo para o Brasil caiu 23% no ano passado e ficou em US$ 56 bilhões. Foi grande o impacto da compra da operadora GVT, que era da francesa Vivendi, pela Telefônica Brasil por mais de US$ 9 bilhões.
Regiões
A região do mundo que mais recebe investimento estrangeiro direto em novos projetos é a Ásia Pacífico, com US$ 320,5 bilhões, ou 45% do valor mundial.
No ano passado houve queda de 7% no número de projetos, mas alta de 29% no valor investido.
O maior destaque foi a Índia, que em 2015 desbancou a China do primeiro lugar em crescimento entre as grandes economias mundiais. O relatório mostra que ela também ganhou a liderança em nível de investimento.
Enquanto a China teve queda de 16% em número de projetos e de 23% em investimento de capital, a Índia teve anúncio de US$ 63 bilhões, "especialmente nos setores de carvão, petróleo, gás natural e energia renovável", diz o relatório.
Isso mostra que "apesar de organizações tentarem atrair investimentos estrangeiros diretos novos, por causa da contribuição que eles podem ter sobre o PIB e o emprego, este tipo de investimento é atraído fortemente para economias de alto crescimento. Sucesso gera sucesso", diz Henry Loewendahl, fundador e presidente da consultoria Wavteq Ltd e vice-presidente sênior da fDi Intelligence.
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1. Negócios fechados
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1/12 (Patricia de Melo Moreira/AFP)
São Paulo – Grandes
fusões e aquisições podem levar meses, até anos para serem concluídas, depois do anúncio. É preciso ter consenso de uma série de detalhes, além de aprovações para que o acordo possa realmente sair do papel. Nesta lista, fornecida pela Merrill DataSite, empresa de solução de data room virtual para processos de due dilligence, estão reunidos os 10 maiores negócios concluídos no país em 2015. Confira o estudo completo com o detalhe de cada transação a seguir.
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2. Telefônica Brasil
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2/12 (REUTERS/Susana Vera)
Alvo: GVT Em agosto de 2014, a
Telefônica
Brasil pagou R$ 26,2 bilhões por 100% das ações da
GVT, que então pertenciam a francesa Vivendi. Mas o negócio foi concluído apenas em maio de 2015 e por isso lidera o ranking.
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3. Altice
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3/12 (Bloomberg)
Alvo: PT Portugal A francesa Altice concluiu a aquisição de 100% do capital social da PT Portugal por aproximadamente R$ 20,1 bilhões. Grande parte do montante foi destinado ao pagamento das dívidas da PT Portugal. A compra foi anunciada em novembro de 2014, mas só foi concluída em junho de 2015.
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4. Oi
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4/12 (Marcelo Correa / EXAME)
Alvo: Portugal Telecom Depois de uma longa negociação,
Oi e
Portugal Telecom concluíram um acordo de fusão, anunciado em 2013. O negócio envolveu R$ 14,7 bilhões em ações da Portugal Telecom incorporadas pela Oi de acionistas privados. O negócio, concluído em setembro de 2015, acabou por criar uma nova operadora de telecomunicações, a CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes. Pelo acordo, a PT passou a deter 25,6% do capital social da empresa criada, com a opção de aumentar sua participação em até 37,4% - o restante ficou com a brasileira Oi.
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5. Cielo
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5/12 (WIKIMEDIA COMMONS)
Alvo: Nova empresa A
Cielo e a subsidiária do
Banco do Brasil, Elo Cartões, formaram uma joint venture de R$ 11,6 bilhões, tendo R$ 8,1 bilhões sido aportados pela Cielo e R$ 3,5 bilhões em ativos do banco. A nova empresa fará a gestão das transações de débito e crédito feitas por meio do Ourocard, do Banco do Brasil. Das ações, 70% são da Cielo e 30% do banco (que tem participação na Cielo também e terá de forma direta e indireta cerca de 50,05% da joint venture).
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6. Rumo
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6/12 (Divulgação)
Alvo: ALL A Rumo Logística conclui a incorporação da ALL- América Latina Logística em março de 2015, quando as ações da ALL passaram a ser negociadas como Rumo na BM&F Bovespa. A companhia desembolsou R$ 10 bilhões pelo negócio.
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7. Ecolab
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7/12 (Divulgação)
Alvo: negócio de tratamento de água O negócio de tratamento de água e comercialização de produtos químicos da suíça Clariant no Brasil, Argentina e Colômbia foi adquirido pela Ecolab, por um valor não divulgado. Com a compra, concluída em março de 2015, a empresa americana pretende ampliar sua presença no setor.
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8. British American Tobacco
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8/12 (Germano Lüders/EXAME.com)
Alvo: Souza Cruz A empresa britânica British American Tobacco concluiu uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) na
Souza Cruz no valor de R$ 9,32 bilhões – R$ 27,20 por ação. Com a finalização da transação, a BAT passou a deter 97,70% do capital social da Souza Cruz, com o plano de tirar a companhia da bolsa de valores.
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9. JBS
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9/12 (Diego Giudice/Bloomberg)
Alvo: Divisão de carne suína Por meio de sua subsidiária norte-americana, a JBS comprou os ativos da divisão de carne suína da Cargill, sediada em Minnesota, por um valor de R$ 5,623 bilhões A divisão Cargill Pork inclui duas fábricas de processamento de carne, cinco de ração e quatro granjas de suínos.
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10. BTG
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10/12 (Thinkstock/Ingram Publishing)
Alvo: BSI Bank O banco brasileiro
BTG Pactual concluiu em setembro de 2015 a aquisição do banco privado suíço BSI Bank por R$ 4,954 bilhões – uma transação anunciada em julho de 2014. Foi a primeira vez que uma instituição bancária de investimentos brasileiro comprou um banco relevante na Europa.
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11. JBS
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11/12 (Divulgação)
Alvo: Moy Park Também em setembro, a Marfrig concluiu a venda de 100% do capital social da sua subsidiária irlandesa Moy Park para a JBS por R$ 4,851 bilhões. Com o negócio, a Marfrig espera focar em produtos que tragam maior ganho, como a exportação de carne bovina, enquanto a JBS pretende expandir o fornecimento de carne de aves para Ásia e Europa.
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12. Por falar em desafios...
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12/12 (Divulgação)