O recém-nomeado ministro da Economia da Itália, Fabrizio Saccomanni, durante reunião com imprensa internacional, em Roma (Alessandro Bianchi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2013 às 09h25.
Milão - Investidores receberam bem nesta segunda-feira a formação de um novo governo na Itália, avançando sobre os ativos italianos e minimizando alertas de que o país ainda pode precisar de ajuda internacional para lidar com a profunda crise econômica.
Os custos de empréstimo referencial caíram ao nível mais baixo desde outubro de 2010 em uma venda de 6 bilhões de euros de títulos de 5 e 10 anos, e ações blue chip subiram 1,6 por cento, acima de outros mercados europeus.
Isso sugere aprovação à escolha do político de centro-esquerda Enrico Letta como primeiro-ministro e confiança em sua habilidade de amenizar as diferenças com o partido de centro-direita, de Silvio Berlusconi, e com os centristas do ex-premiê Mario Monti.
A nomeação de Letta no fim de semana, à frente de um governo de coalizão, deu fim a dois meses de impasse político e alimentou esperanças acerca de ações a curto prazo para enfrentar a crise.
Mas a agência de classificação de risco Moody's advertiu que o cenário econômico e político se mantém complexo e a Itália, no seu segundo ano de recessão e lutando com uma dívida de 2 trilhões de euros, pode ainda precisar de um resgate.
Banqueiros e empresários elogiaram a escolha do ministro da Economia, o vice-presidente do Banco de Itália (banco central), Fabrizio Saccomanni, um respeitado economista que deve tranquilizar os investidores de que a Itália não vai se afastar da ortodoxia fiscal.
"É claramente um governo com autoridade. Letta é competente e tem experiência", disse Andrea Cuturi, vice-presidente de gestora de capitais Anthilia Capital Partners. "A questão-chave, no entanto, é quanto tempo vai durar este governo e o que ele será capaz de fazer. Isso ficará mais claro nas próximas semanas".